Com as alterações no plano de recuperação judicial rejeitadas pela maioria dos credores, a Livraria Cultura pode ir à falência nos próximos dias. Em junho deste ano, a companhia apresentou um aditamento ao plano aprovado em 2019, alegando que devido à pandemia do coronavírus, não estaria conseguindo cumprir com as obrigações estabelecidas.
Em decisão proferida nesta última sexta-feira (18), o juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2ª Vara de Falências de São Paulo, recusou o pedido da livraria para realizar mudanças no plano de recuperação judicial da mesma e deu um prazo de 5 (cinco) dias para a empresa cumprir integralmente as obrigações previstas no plano original.
A assembleia aconteceu remotamente na última segunda-feira (14) e durou mais de 10 horas, contando com mais de 150 credores, de diferente classes, conectados. A rejeição do novo plano da Livraria foi de 51,11%.
O prazo de 5 (cinco) dias começará a correr a partir do momento que for publicado a decisão no Diário Oficial do estado e Recuperação Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo. A Livraria Cultura ainda tem a chance de recorrer.
Corrida contra o tempo
Para não ter sua falência decretada, a Livraria Cultura precisa provar a poder Judiciário que está cumprindo o plano de recuperação judicial aprovada inicialmente e colocar sua situação em dia nesse pequeno prazo, provavelmente buscando um investidor.
A rede acumula uma dívida de mais de R$ 285 milhões.
Apesar de manter abertas, mais de 10 lojas físicas, a Cultura vem, desde o início do pedido de recuperação judicial em 2018, investindo nos canais digitais como uma alternativa à crise. O setor de livros, jornais, revistas e papelaria vem sendo uma das atividades com o pior desempenho do varejo do país.