Por conta da insegurança de pais e alunos com relação ao risco de contaminação pelo novo coronavírus, e a falta de consenso entre a administração municipal e estadual do Rio de Janeiro sobre a reabertura das escolas particulares, as aulas não devem ser retomadas as atividades na próxima segunda-feira (3). Esta data foi autorizada pela prefeitura como reabertura facultativa.
O UOL entrevistou responsáveis por escolas e redes de ensino que representam 25 mil alunos de todas as regiões da capital, e nenhuma delas confirmou uma data de reabertura.
As escolas citaram o decreto do governo Wilson Witzel (PSC) que proíbe as aulas presenciais até 5 de agosto, além disso tem os riscos relativos ao novo coronavírus.
Mesmo que Marcelo Crivella (Republicanos) tenha dado o aval, a Secretaria Estadual de Educação informou que pode multar os estabelecimentos que abrirem as portas.
A mãe de uma estudante de um colégio localizado na Tijuca, zona norte do rio, contou ao portal UOL que a escola chegou a sugerir que as aulas presenciais voltassem no dia 3, mas depois de fazer uma pesquisa com os pais recuou.
“Foram cerca de 240 votos a favor e mais de 560 contra, uma diferença grande”, relatou ela, que preferiu não se identificar.
Assim como a insegurança dos pais, a autorização para que as aulas possam retornar virou o centro de uma confusão no últimos dias.
Isso, pois o Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica), que representa o setor, espera um consenso entre prefeitura e governo estadual.
No dia 21 de julho, Crivella havia permitido o retorno facultativo dos alunos dos 4º, 5º, 8º e 9º anos a partir de 3 de agosto.
Porém, a Secretaria Municipal de Educação divulgou nesta semana que “as escolas particulares reabrem se quiserem, porque não cabe à prefeitura essa regulação. A posição da Prefeitura do Rio é APENAS autorizativa quanto aos protocolos e ao cumprimento deles por parte Vigilância Sanitária”.
O Ministério Público e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro recomendaram, nesta quarta-feira (29), que a prefeitura não faça essa reabertura neste momento.
Os órgãos colocam como condição a retomada das escolas a evidências científicas que garantam segurança.