O Banco Central confirmou mudanças importantes no Pix que começam a valer em novembro. As novas regras reforçam a segurança, ampliam o rastreamento de operações suspeitas e facilitam a devolução do dinheiro em casos de golpe. A seguir, veja o que muda e como isso afeta quem usa o sistema diariamente.
O que muda no Pix a partir de novembro?
As alterações que o Banco Central anunciou, têm foco, sobretudo, em segurança e prevenção de fraudes.
A primeira novidade envolve limites para dispositivos não cadastrados. Quando o cliente fizer um Pix usando um celular, tablet ou computador que nunca tenha sido utilizado antes, o sistema aplicará limites reduzidos.
Além disso, haverá inspeção automática para identificar comportamentos que fujam do padrão do usuário, o que inclui:
- Horários atípicos;
- Valores fora do habitual;
- Transferência para contas desconhecidas.
Por isso, as instituições serão obrigadas a reforçar o monitoramento e informar o cliente sobre práticas de segurança.
Outra mudança envolve o reforço de validação cadastral. O Banco Central exige que os dados associados às chaves Pix estejam atualizados na Receita Federal.
Então, caso o CPF esteja irregular, a chave poderá ser bloqueada até que a situação seja normalizada.
Como funcionará o novo sistema de devolução?
O ponto mais importante do pacote, sem dúvida, é o Mecanismo Especial de Devolução (MED) aprimorado.
Esse sistema passará a rastrear todo o caminho do dinheiro transferido após um golpe. Muitas fraudes envolvem a pulverização imediata de valores para várias contas, o que dificulta o bloqueio.
Com a nova tecnologia, mesmo que o dinheiro tenha sido redistribuído, o Pix conseguirá acompanhar o trajeto até a conta final. Isso aumenta muito a chance de recuperação.

Outro avanço é o prazo de análise. As instituições terão até 11 dias para avaliar o pedido e devolver o valor quando comprovada a fraude.
O procedimento também se torna mais padronizado entre os bancos, o que reduz atrasos e inconsistências.
Mudanças para usuários, bancos e o mercado
Para o usuário comum, as mudanças significam mais proteção e menos risco. Os limites reduzidos em aparelhos novos, por exemplo, dificultam golpes que ocorrem após o roubo de celular.
Além disso, o reforço no monitoramento ajuda a bloquear transações não reconhecidas antes que o prejuízo aumente.
Para os bancos, porém, as exigências aumentam a responsabilidade.
Eles deverão identificar padrões suspeitos com mais precisão e atuar preventivamente. Isso inclui, por exemplo, bloqueios temporários, avisos ao cliente e revisões de segurança semestrais.
Já para o mercado de meios de pagamento, o movimento abre espaço para novas funcionalidades futuras. Entre elas é possível destacar: opções mais robustas de crédito e parcelamentos regulados.
Por que o Banco Central está fazendo essas mudanças?
O crescimento do Pix trouxe também o avanço de golpes e fraudes. Transferências rápidas e sem intermediação facilitam o uso indevido por criminosos. Assim, o Banco Central busca equilibrar praticidade e proteção.
Com isso, o uso do Pix continua seguro mesmo diante do aumento de transações no país.

