Horário de Verão 2025: por que o governo tomou essa decisão?

Depois de seis anos de suspensão, o horário de verão 2025 voltou ao centro do debate entre brasileiros.

A medida, que já dividiu opiniões no passado, reacende discussões sobre economia de energia, saúde pública e impactos sociais.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicou que o sistema brasileiro pode enfrentar maior pressão entre 18h e 21h. É o momento em que o consumo cresce e a geração solar cai.

Esse gargalo reacendeu o argumento de que o horário de verão poderia criar uma “folga” no sistema.

Entenda as razões da possível volta do horário de verão em 2025

O tema ganhou força logo após o Plano de Operação Energética 2025 apontar a necessidade de novas estratégias para equilibrar a oferta de energia.

Inclusive, você pode ver abaixo de modo simples os principais motivos avaliados pelo governo:

Motivo Detalhes Desafios
Alívio no horário de pico A mudança reduziria o uso de iluminação artificial logo após o pôr do sol, diminuindo a sobrecarga da rede. O consumo atual é mais complexo, com uso intenso de ar-condicionado e eletrônicos em horários variados.
Menor custo e impacto ambiental Evita o acionamento de térmicas, reduzindo emissões e custos com energia emergencial. O ganho real pode ser menor que o esperado, já que os hábitos de consumo mudaram.
Pressão econômica e turística O comércio e o turismo se beneficiariam de mais luz natural ao fim do expediente. Parte do consumo migrou para o digital, reduzindo o impacto prático no faturamento.
Prevenção a crises energéticas A medida serviria como um “amortecedor” em caso de estiagem e reservatórios baixos. As previsões de chuva ainda estão favoráveis, o que reduz a urgência.

Decisão técnica ou política?

Embora o debate pareça técnico, há um pano de fundo político evidente. Afinal, setores empresariais pressionam pela volta do horário de verão, alegando ganhos para bares, restaurantes e o turismo.

Já o Ministério de Minas e Energia e o ONS preferem prudência: segundo suas previsões, o Brasil tem condições de atender à demanda até fevereiro de 2026, sem risco de colapso.

Paralelamente, também voltou à discussão o PL 397/2007, que busca proibir definitivamente a adoção do horário de verão.

O texto reflete uma tendência global e teve a aprovação da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

Efeitos na saúde e na rotina

Especialistas lembram que o corpo humano segue o ritmo circadiano, um relógio biológico que se ajusta à luz natural.

Assim, quando o horário é alterado, o organismo precisa de dias — ou até semanas — para se adaptar. Entre os efeitos mais relatados, inclusive, estão:

  • Insônia;
  • Cansaço;
  • Irritabilidade;
  • Queda na produtividade.

O Ministério da Saúde já defendeu, em relatórios anteriores, que os impactos fisiológicos superam os benefícios energéticos em contextos de baixo risco.

Podemos ter horário de verão ainda?

Mesmo com pressão, principalmente, popular e empresarial, o governo sinaliza que não pretende reativar o horário de verão ainda em 2025.

A decisão final deve depender de dois fatores: o volume de chuvas até dezembro e o comportamento do consumo no final do ano. Caso o cenário mude, o tema pode voltar à pauta emergencialmente.

Enquanto isso, os órgãos técnicos reforçam que o foco deve estar em soluções estruturais:

  • Eficiência energética;
  • Expansão das fontes renováveis;
  • Gestão de demanda.

Isso sem depender de ajustes no relógio para manter o equilíbrio do sistema.

Pessoas na praia durante o Horário de verão
Horário de verão ─ Imagem: Geração/FDR

O horário de verão 2025 está praticamente fora de cogitação. Contudo, brasileiros podem olhar para outro ângulo que essa discussão levanta: o desafio de equilibrar tecnologia, saúde e sustentabilidade em um país continental como o Brasil.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.