O desperdício de alimentos, de fato, é um dos maiores desafios globais e o Brasil não fica de fora desse problema.
Estimativas apontam que 60% do desperdício ocorra dentro das residências, além de perdas significativas durante transporte e armazenamento.
Porém, para enfrentar esse cenário, o governo federal lançou, em setembro de 2025, a II Estratégia Interministerial para a Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos, com metas claras até 2030.
O que prevê a nova estratégia
O plano é estruturado em seis eixos de atuação, sendo desse modo:
- Produção e pós-colheita
- Mercados atacadistas
- Varejo e feiras
- Serviços de alimentação e domicílios
- Políticas municipais
- Sistema de doação de alimentos
Cada etapa da cadeia, entretanto, será analisada para identificar falhas e reduzir perdas, desde a colheita até a mesa do consumidor.
Um dos objetivos é incentivar municípios a criarem planos locais — até 2027, pelo menos 10 cidades devem aderir formalmente à iniciativa.
Quais impactos se espera nesse momento?
Reduzir o desperdício não é apenas uma questão de economia, mas também de sustentabilidade e segurança alimentar.
A FAO estima que cerca de 13% dos alimentos se perdem antes de chegar ao varejo. Esse descarte, no entanto, responde por até 10% das emissões globais de gases de efeito estufa e ocupa quase 30% das terras agrícolas.
Com a nova estratégia, espera-se aumentar a eficiência da produção, fortalecer os bancos de alimentos — hoje já são mais de 300 no país — e ampliar o acesso de famílias em situação de vulnerabilidade.
Participação da sociedade e do setor privado
O governo reforça que a mudança depende também da sociedade civil, empresas e associações.
Iniciativas como o Pacto Contra Fome e a participação da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) devem ter papel central no cumprimento das metas.
O plano do governo para combater o desperdício no Brasil representa um avanço estratégico alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Com ações interministeriais e engajamento social, o país busca reduzir perdas, garantir mais comida no prato de quem precisa e preservar o meio ambiente.