Ter um hobby, sem dúvida, vai muito além de ocupar o tempo livre. Pesquisas recentes apontam que atividades prazerosas fora da rotina profissional são essenciais para manter o equilíbrio entre saúde física, mental e desempenho no trabalho.
Segundo um estudo conduzido pela Unicamp (2023), pessoas que mantêm hobbies regulares apresentam até 35% menos sintomas de ansiedade. Além disso, relatam maior satisfação pessoal.
A explicação está basicamente, na liberação de neurotransmissores ligados ao bem-estar. São as famosas “dopamina” e “serotonina”, liberadas sempre que o cérebro se engaja em atividades prazerosas.
Hobbies reduzem estresse e aumentam produtividade
Um levantamento da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que profissionais que dedicam pelo menos duas horas semanais a um hobby têm 20% mais produtividade no ambiente de trabalho.
Isso porque o cérebro consegue descansar e se recuperar de tarefas exaustivas, retornando assim, mais focado.
Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçam que a prática de hobbies está diretamente relacionada à prevenção de doenças ligadas ao estresse crônico, como hipertensão e insônia.
Desenvolvimento cognitivo e social
Atividades como tocar um instrumento, jardinagem, escrita ou esportes individuais estimulam a criatividade e a concentração.
“O hobby funciona como uma academia para o cérebro, fortalecendo habilidades cognitivas e emocionais”. Estas são as palavras da psicóloga Marina Lopes, da Unifesp, em entrevista para a revista de saúde mental Mind Brasil.
Além do impacto individual, hobbies também cumprem papel social. Até porque, ao participar de grupos de leitura, aulas coletivas de dança ou times esportivos, você fortalece vínculos e reduz a sensação de isolamento, problema crescente no cenário pós-pandemia.
Como escolher um hobby
A dica dos especialistas é começar pelo simples: identificar atividades que gerem prazer, curiosidade ou sensação de relaxamento.
Então, pode ser cozinhar, pintar, caminhar ao ar livre ou aprender algo novo. Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), pessoas que testam ao menos três tipos diferentes de hobbies tendem a se adaptar mais facilmente a mudanças e apresentar maior resiliência diante de crises.
Investir tempo em um hobby não deve ser visto como luxo, mas como necessidade. Além de proteger a saúde mental, melhora a qualidade de vida e pode até impulsionar a carreira. Como resume o professor Ricardo Moreno, da Unicamp:
“Ter um hobby importa porque nos lembra que nem tudo precisa ser útil. É um espaço de liberdade que nos reconecta ao prazer simples de viver.”