O salário mínimo do trabalhador brasileiro passou pelo segundo reajuste do ano em maio, promovendo um cenário inusitado na economia do país. O valor foi alterado de R$ 1.302 para R$ 1.320, mas ao que parece, o aumento de R$ 18 não foi o suficiente para o bolso dos trabalhadores.
Notícias recentes chocaram milhares de trabalhadores brasileiros ao anunciar que o salário mínimo ideal deveria ser R$ 6.652,09. Segundo pesquisas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), este seria o valor necessário para suprir as despesas básicas de uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças.
O fator que chamou a atenção se refere justamente ao valor na casa dos R$ 6 mil, correspondente a 5,04 vezes o salário mínimo atual de R$ 1.320. Embora trata-se de uma quantia expressiva, foi observada uma leve queda em relação à remuneração proposta no mês de maio do ano passado.
Na época, as estimativas do Dieese indicavam que o salário mínimo nacional deveria pagar R$ 6.535,40, o equivalente a 5,40 vezes o piso nacional vigente no período, de R$ 1.212. O cálculo utilizado pelo Dieese leva em consideração o preço dos alimentos básicos (a cesta básica), vendida em 17 capitais brasileiras.
A Constituição diz que o Governo Federal deve estipular um salário mínimo em valor suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele. Neste cenário, são considerados gastos com alimentação, moradia, saúde, higiene pessoal, educação, vestuário, transporte, lazer e previdência.
Como o salário mínimo é calculado?
É importante reforçar que o reajuste do salário mínimo é uma prática anual, oficializada sempre no primeiro dia de cada ano. A base salarial paga aos cidadãos brasileiros é revista com o objetivo de preservar o poder aquisitivo e assegurar a sobrevivência financeira dos trabalhadores.
No entanto, o formato do cálculo passou por algumas mudanças nos últimos anos. Até 2019, dois fatores eram levados em consideração:
- O Produto Interno Bruto (PIB);
- A inflação com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Eram considerados os números de ambos os índices referentes ao ano anterior ao do reajuste, neste caso, 2022. No entanto, desde 2020 a inflação passou a ser incluída nas estatísticas de crescimento econômico. Mas ao que parece, a fórmula também deve ser alterada, pois o presidente Lula demonstrou insatisfação com o modelo atual.