- O impacto da inflação deve ser considerado pelas pessoas;
- Os investimentos precisam oferecer ganhos reais;
- O aumento dos preços tende a resultar em perda do poder de compra.
Ao realizar algum investimento, o ganho potencial é um dos pontos considerados pelos investidores. Apesar disso, o rendimento da aplicação pode não condizer com a realidade, já que diversas instituições levam em conta o valor bruto. Nesse sentido, se torna importante considerar o ganho real.
Apesar de ser bastante conhecido na área dos investimentos, o ganho real também é usado em outras áreas. De qualquer modo, o termo representa os ganhos obtidos após os respectivos descontos.
O que é o ganho real? Qual é sua relação com a inflação?
O ganho real significa a rentabilidade obtida na aplicação em certo produto financeiro, após descontar o impacto da inflação no período analisado. Ao realizar esse cálculo, a pessoa consegue saber realmente quanto o investimento rendeu após certo tempo.
Assim, para que dinheiro investido não perca o poder de compra, a aplicação precisa oferecer um retorno acima da inflação.
Já o valor bruto do rendimento em certo período se chama ganho nominal. Geralmente, quando alguma instituição cita o rendimento de algum investimento, essa taxa tende a ser apresentada.
Na área imobiliária, por exemplo, suponha que alguma pessoa tenha comprado uma casa, no primeiro dia do ano, por R$ 250 mil, e a tenha vendido por R$ 300 mil no último dia. Neste caso, o ganho nominal foi de 20% no ano — equivalente a R$ 50 mil.
Nesse mesmo cenário, suponha que a inflação tenha sido de 5%. Desse modo, o ganho real obtido com essa venda foi de 15%. Isso representa uma quantia de R$ 37,5 mil.
Em suma, ao observar o ganho real de aplicações realizadas, o cidadão terá uma visão mais clara se a carteira de investimentos vem oferecendo um retorno vantajoso.
Entre as opções de aplicações disponíveis no mercado, a poupança tende a oferecer um retorno abaixo da inflação. Isso mesmo que o ganho nominal sempre fique acima de zero.
De qualquer modo, vale destacar que a rentabilidade obtida no passado não é uma garantia de retorno futuro. Ou seja, o cálculo funciona como uma base para identificar as melhores oportunidades de aplicações futuras.
O que é a inflação?
A inflação é um termo que representa o aumento generalizado de preços de bens e serviços. Diante disso, a inflação equivale ao crescimento do custo de vida — e, consequentemente, à perda do poder de compra do dinheiro.
Na prática, isso significa que o valor gasto para comprar determinado bem ou serviço há alguns anos, não será suficiente para comprar os mesmos itens tempos depois. Isso acontece porque os preços tendem a subir conforme o passar do tempo.
Assim, para que a inflação não seja um problema no cotidiano, os retornos com investimentos precisam ficar acima dessa variação.
Outra forma de se proteger do aumento dos preços de bens e serviços é por meio de reajustes salariais com ganhos reais.
Atualmente, o salário mínimo é corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior. Isso assegura, pelo menos, a reposição da perda pela alta dos preços registrada entre famílias com renda de até cinco salários mínimos.
De qualquer modo, vale destacar que, nos últimos anos, o salário mínimo não teve reajuste acima do aumento dos preços. Ou seja, o piso nacional não registrou ganho real em períodos recentes.
No Brasil, ainda existem outros índices que medem a inflação em variados setores do comércio de bens e serviços.
O índice mais conhecido, e considerado a inflação oficial do país é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse indicador considera a variação de preços de famílias com renda de até 40 salários mínimos.
A inflação é provocada por alguns fatores. Os principais são o desequilíbrio entre oferta e demanda, maior emissão de papel-moeda, elevação dos custos de produção, expectativa relativa à flutuação na taxa inflacionária ou inércia. Geralmente, as causas dos aumentos dos preços são por mais de um fator.
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