Endividamento alcança 8 em cada 10 famílias. Confira dicas para quitar as dívidas

Pontos-chave
  • Endividamento das famílias seguiu alto em setembro
  • Cartão de crédito segue sendo o grande responsável pelas dívidas
  • Confira dicas especiais para não se endividar

Hoje, 11, foi divulgada a nova Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), revelando que no mês passado, a quantidade de famílias endividadas atingiu os 79,3%, o que representa o terceiro aumento seguido neste índice em 2022.

Por outro lado, este aumento de 0,3 ponto percentual, em comparação com agosto, caiu e é o mais baixo desde abril.

Quando comparamos com o mês de setembro de 2021, a proporção de famílias com dívidas também desacelerou, com um crescimento de 5,3 pontos percentuais, correspondendo a mais baixa taxa anual desde julho do ano passado.

“É possível verificar que a melhora gradual do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a queda da inflação nos últimos dois meses são fatores que geram maior disponibilidade de renda para as famílias. Por outro lado, podemos observar que o alto nível de endividamento e os juros elevados afetam, sobremaneira, o orçamento das famílias de menor renda, ao encarecerem as dívidas já contraídas”, disse ao UOL o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

No último mês, a proporção de endividados entre aqueles consumidores que contam com uma renda inferior a 10 salários mínimos cresceu 0,4% e bateu os 80,3%, respondendo pelo patamar mais elevado de toda série histórica da pesquisa.

Já no grupo de famílias que contam com renda mais elevada, a quantidade de pessoas endividadas permaneceu estável em setembro, no entanto aumentou mais na comparação anual, com um crescimento de 7 p.p, ante as famílias com renda mais baixa.

Ainda em setembro, a quantidade de consumidores que acabaram atrasando o pagamento de dívidas bateu os 30%, o mais alto desde o começo da pesquisa, no ano de 2010. Este foi o terceiro aumento mensal seguido da taxa, que cresceu 0,4 p.p.

No caminho contrário ao ritmo de endividamento, que avançou em velocidade mais branda, no período de um ano, o indicador de dívidas em atraso subiu 4,5%, a maior taxa anual desde março de 2016.

“Embora os atrasos tenham crescido no mês e no ano entre os consumidores nas duas faixas de renda, as dificuldades de pagamento de todos os compromissos do mês são mais latentes entre as famílias de menor renda”, explicou ao UOL a economista da CNC encarregada pela apuração, Izis Ferreira.

Na visão da profissional, estas pessoas continuam passando por desafios para conseguir gerir seu orçamento mensal, em especial porque o nível de endividamento segue alto e os juros pioram as despesas com dívidas.

No período de um ano, de acordo com o Banco Central, as taxas de juros nas linhas de crédito para pessoas físicas aumentaram 13,5 pontos percentuais, atingindo uma média de 53,9%, a mais alta desde abril de 2018.

Cartão de crédito é o grande vilão 

Grande parte das famílias que declararam estar com dívidas, 85,6%, tem contas a vencer no cartão de crédito, que também teve a alta mais elevada em um ano, com um ponto percentual.

Tipos de endividamento em %

  • Cartão de crédito: 84,6 
  • Carnês: 18,8 
  • Financiamento de carro: 13,2 
  • Financiamento de casa: 9,7 
  • Crédito pessoal: 9,0 
  • Crédito consignado: 7,1 
  • Cheque especial: 4,6 
  • Outras dívidas: 1,7 
  • Cheque pré-datado: 0,6 
  • Não respondeu: 0,3

Dicas para não se endividar

Anote todos os gastos mensais

Para conseguir controlar suas despesas, sempre anote tudo em um caderno ou planilha.

Desta forma você terá uma visão completa de onde o seu dinheiro está sendo gasto. Isto também te ajuda a não se perder em meio a tantos pagamentos que devem ser feitos.

Envolva os familiares

Neste momento é importe contar com a colaboração da família no processo de organização de despesas. Cada morador da casa casa pode trazer idéias de como  reduzir as contas ou obter mais dinheiro, através de um trabalho extra ou da venda de artigos que não são mais usados.

Evite os gastos desnecessários

Neste momento de ajuste de despesas, verifique de que forma você pode economizar.

Não menospreze pequenas economias como apagar a luz ao sair de um cômodo, tomar banhos mais rápidos, utilizar o chuveiro na posição verão e juntar uma maior quantidade de roupas antes de lavar.

Cada família possui um estilo de vida e suas necessidades que indicarão os gastos que podem ser limados. Porém não se esqueça de que é necessário se esforçar para sair das dívidas.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.