No Brasil, cerca de 12 milhões estão desempregados, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, a cada 10 empregados demitidos, 3 são demissões voluntárias, segundo informações da LCA Consultores.
Apesar de ser aparentemente contraditório, as demissões voluntárias trata-se de um fenômeno chamado de “the great resignation”. Isso está acontecendo pelo mundo todo e não é diferente no Brasil. Ou seja, apesar do desemprego crescente existem demissões pedidas pelos próprios trabalhadores.
O termo em inglês significa, em uma tradução livre, “grande renúncia”. No entanto, de uma forma prática, são os trabalhadores que não estão satisfeitos com seu atual estilo de vida. Consequentemente, apesar da insatisfação não ser apenas com trabalho, as demissões fazem parte da mudança.
Márcio Monson, fundador e CEO da Selecty, explica que as pessoas não estão apenas abrindo mão de seus trabalhos. Além disso, elas estão em busca de novas experiências na tentativa de tornarem-se felizes e satisfeitas.
Os desafios das demissões voluntária
Monson explica que esse fenômeno não é apenas um desafio para o trabalhador, mas também para os setores de seleção e recrutamento e para as empresas. A onda do “the great resignation” que aparece nos Estados Unidos, na China, na Europa e na Índia é, cada vez mais, perceptível no Brasil.
O fundador da Selecty, alerta sobre a necessidade das organizações estarem preparadas para essa onda de mudanças. Para isso é preciso identificar como transformar as vagas oferecidas mais atraentes.
Atualmente, muitas pessoas deixam de lado profissões que possuem uma boa remuneração, mas que não trazem satisfação. Assim, a busca por uma vida profissional mais leve e que gere alegria se tornou o objetivo.
A demissão voluntária é, segundo o CEO da Selecty, “É uma migração de pessoas, de seus trabalhos, muitas vezes bem remunerados e relativamente estáveis, para outros propósitos. Pessoas que consideram que certas atividades trazem menos dinheiro e status, mas geram mais felicidade, por exemplo.”
Esse movimento teve maior crescimento após o surgimento da pandemia da Covid-19. A doença e as restrições sociais adotadas para o combate levou o mercado de trabalho a passar por mudanças.
Com isso, trouxe incertezas e medos aos trabalhadores. Assim, levou muitos a reflexão sobre o futuro e a busca por felicidade e realizações. Nessa caminhada, vieram decisões por rupturas já desejadas e por mudanças no estilo de vida.