Onda de demissões assombra economia dos EUA; descubra motivo

Após os seis primeiros meses do ano terem sido mais lentos no mercado de capitais dos Estados Unidos, por conta da grande volatilidade causada pelo crescimento dos juros e do risco de recessão na principal economia do mundo, o segundo semestre de 2022 pode ser ainda mais desafiador para Wall Street.

A quantidade de aberturas de capitais (IPO em inglês) despencou diante do grande crescimento no último ano, ao passo que os negócios de renda fixa e fusões e aquisições (M&A) recuaram. 

Sem nenhum sinal de melhora nos próximos meses, o cenário já é preocupante quanto a possibilidade de uma onda de demissões, após o reforço realizado ao longo da pandemia do coronavírus para conseguir injetar trilhões de dólares realizado por bancos centrais como forma de mitigar os efeitos da doença nos mercados.

A conclusão obtida por diferentes consultorias foi a mesma: o primeiro semestre do ano  foi o mais fraco já visto nos últimos anos. O volume de IPOs nos Estados Unidos caiu 80% contra o mesmo período de 2021, quando o país foi palco de diversas operações. Este foi o primeiro semestre mais fraco para Wall Street desde 2016, segundo a inglesa Refinitiv.

“O mercado está praticamente todo fechado. Precisamos de alguns meses de baixa volatilidade, com uma performance melhor, um pouco mais de clareza de como o governo (dos EUA) vai controlar a inflação”, disse o chefe de mercados internacionais da Nyse, Alex Ibrahim, em uma entrevista ao Estadão/Broadcast.

O cenário foi um pouco menos preocupante no universo da renda fixa e nos M&As, porém mesmo assim, as receitas caíram. Segundo a consultoria norte-americana Dealogic, a queda no volume financeiro que circulou nos bancos de investimentos ao longo do primeiro semestre deste ano girou em torno de meio bilhão de dólares. 

Os banqueiros de Wall Street deixaram de regir na renda fixa US$ 585 milhões em operações. A cifra dos negócios de fusões e aquisições renderam, por sua vez, US$ 471 milhões menos.

Este baque nas receitas dos maiores bancos dos Estados Unidos, especialmente, na área encarregada da estruturação de operações no mercado de capitais, irá ficar claro a partir da divulgação de resultados do segundo trimestre e da primeira metade do ano, neste mês.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.