Foi desligado por meio de uma DEMISSÃO VOLUNTÁRIA? Entenda quais são os seus DIREITOS TRABALHISTAS

Pontos-chave
  • Trabalhar com carteira assinada garante ao trabalhador uma série de proteções;
  • Ao pedir a demissão voluntária, no entanto, o cidadão perde alguns direitos;
  • Todos os direitos e deveres do empregado estão previstos por lei.

Em março de 2022 houve recorde no pedido de dispensa do emprego, isto é, demissão voluntária dos funcionários. De acordo com a LCA Consultores, foram 1.816.882 desligamentos registradas no mês de março, sendo que 603.136 foram de demissão voluntária, representando 33,2% do total. Para divulgação, precisou ser usado o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Foi desligado por meio de uma DEMISSÃO VOLUNTÁRIA? Entenda quais são os seus DIREITOS TRABALHISTAS
Foi desligado por meio de uma DEMISSÃO VOLUNTÁRIA? Entenda quais são os seus DIREITOS TRABALHISTAS (Imagem: FDR)

O Caged contabiliza as vagas de emprego com registro em carteira, opção que dá ao cidadão direitos trabalhistas garantidos. No caso em que o próprio trabalhador opta por deixar seu emprego, na demissão voluntária, benefícios financeiros são estabelecidos. É uma situação diferente da demissão por justa causa, ou sem justa causa, quando a empresa faz a dispensa.

De acordo com a LCA Consultores, uma das explicações para o pedido voluntário de dispensa seria o incentivo ao home office. Como durante a pandemia os trabalhadores prestaram seus serviços em casa, acabaram sentindo que tinham maior flexibilidade. E agora com a volta do trabalho presencial, optaram pelo desligamento.

Claro que cada caso é um caso, e as explicações podem ser as mais variadas. Não sendo necessário explicar para a instituição a qual presta serviços o motivo pelo qual deseja encerrar o contrato. Mas atenção, assim como há direitos, o cidadão também tem seus deveres como empregado e deve cumpri-los.

Deveres do funcionário ao pedir demissão

Como o cidadão vai desfalcar a equipe da empresa ao solicitar a demissão voluntária, ele precisa cumprir com algumas obrigações. A mais importante é o aviso prévio, condição que também é cumprida quando a dispensa parte da empresa.

Neste caso, o empregador deve ser avisado até 30 dias antes do desligamento sobre o desejo do funcionário deixar de trabalhar no local. A partir disso, a instituição tem este prazo para contratar uma nova pessoa para assumir o cargo. Existem três tipos de aviso prévio que serão discutidos entre as partes.

  • Aviso prévio trabalhado: o funcionário cumpre os 30 dias de serviço antes do desligamento;
  • Aviso prévio indenizado: o colaborador não precisará cumprir a jornada e mesmo assim receberá o pagamento pelos 30 dias de aviso;
  • Aviso prévio cumprido em casa: não é previsto por lei, por isso funciona como uma ação direta da dispensa do trabalho.

Direitos trabalhistas na demissão voluntária

Trabalhando com registro em carteira e dentro da Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT), o cidadão tem direitos garantido em praticamente todas as situações, até mesmo na demissão por justa causa. Quando, por algum motivo, resolve pedir a demissão voluntária, poderá ter acesso a alguns pagamentos.

Principalmente porque, trata-se de um saldo somado ao longo dos meses em que o funcionário atuou dentro da empresa e agora terá direito ao recebimento dos valores acumulados. Quantias referentes a:

Para receber esses valores é preciso uma conversa com a empresa, porque o valor será pago justamente por ela. A conversa e o bom senso são sempre as melhores opções, mas caso acredite necessário, vale entrar com uma ação na Justiça.

FGTS é pago quando o funcionário pede demissão?

A resposta é não! Ao pedir a demissão voluntária o cidadão perde o direito de acessar o que foi acumulado no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Valor equivalente ao depósito mensal de 8% do salário bruto do trabalhador, feito todos os meses pela empresa contratante.

Também não é possível receber a multa de 40% sobre o fundo de garantia, uma espécie de indenização que é paga quando o cidadão é demitido sem justa causa. O saque rescisão é garantido apenas em uma situação de acordo entre empresa e funcionário, em que a melhor solução seria a demissão. Neste caso, no acordo entre as partes, o cidadão pode receber 20% da multa do FGTS.

Ao não fazer o saque rescisão, a conta fica inativa, ou seja, deixa de receber novos depósitos e o valor fica estagnado sem ser sacado. Caso o trabalhador permaneça três anos seguidos sem receber depósitos, o valor poderá ser sacado.

Seguro desemprego na demissão voluntária

A Justiça Brasileira não garante o pagamento do seguro desemprego no caso de demissão voluntária. O benefício é pago a quem tem desligamento sem justa causa, com valor base de 1 salário mínimo e com no máximo 5 parcelas a serem repassadas. Mas, ao solicitar o desligamento da empresa, o cidadão perde o direito de ser beneficiado com essa ajuda.

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Lila Cunha
Autora é jornalista e atua na profissão desde 2013. Apaixonada pela área de comunicação e do universo audiovisual. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: [email protected]