- Os combustíveis usados pela Petrobras são o produto final de uma cadeia produtiva;
- Alguns custos integram o preço final dos combustíveis cobrados nos postos;
- A parcela da Petrobras tem peso maior entre os custos.
Recentemente, a Petrobras aumentou o preço da gasolina e do diesel vendido às distribuidoras. Em situações como essa, é normal surgir dúvidas dos brasileiros. Uma delas é sobre como é o cálculo feito para definir o preço da gasolina e do diesel.
Como os combustíveis são produzidos?
Segundo a Petrobras, os combustíveis usados pela estatal diariamente são o produto final de uma longa cadeia produtiva. Isso depende da capacidade técnica dos profissionais da empresa e da utilização de tecnologias — como inteligência artificial, submarinos não tripulados e drones.
A companhia explica que a extração do petróleo ocorre em águas profundas, a até 7 mil metros de profundidade. No leito marinho, equipamentos submarinos e poços trazem o petróleo até a superfície.
Nas plataformas, plantas industriais operam 24 horas por dia para separar o petróleo e enviá-lo à costa — superando distâncias acima de 300 quilômetros da costa.
Ao chegar nas refinarias, o petróleo passa por um conjunto de processos físicos e químicos. As moléculas pesadas são purificadas e quebradas em partes menores. Isso origina variados produtos, como a gasolina e o óleo diesel.
Diante disso, os combustíveis são vendidos para as distribuidoras, que revenderão aos consumidores em postos de distribuição.
Custos para estabelecer o preço da gasolina e do biodiesel
De modo geral, o valor da gasolina e do biodiesel é composto por quatro custos:
- Parcela da Petrobras;
- Impostos estaduais e federais (o estadual é o ICMS; e os federais são o PIS/Pasep, Cide e Cofins);
- Custo de distribuição e revenda;
- Custo da adição de biocombustíveis (a gasolina comum possui 27% de etanol anidro e a premium tem 25%; o diesel possui 10% de biodiesel).
Cálculo feito para definir o preço da gasolina
Nas refinarias, as distribuidoras de combustível adquirem a gasolina tipo “A”. Conforme a legislação brasileira, a gasolina vendida nos postos precisa ser misturada com etanol anidro.
Deste modo, no valor que o motorista paga, está inserido o preço de realização da Petrobras, custo do etanol (definido livremente pelos seus produtores), custos e margens de comercialização das distribuidoras e dos postos revendedores, além dos impostos devidos.
Estas são as parcelas dos cinco componentes do preço da gasolina cobrado nos postos, segundo a Petrobras*:
- Parcela da Petrobras: 39,3%
- Imposto estadual: 24,2%
- Distribuição e revenda: 13,8%
- Custo do etanol anidro: 13,1%
- Impostos federais: 9,5%
*A elaboração da Petrobras foi por meio de dados da ANP e CEPEA-USP, com base nos preços médios realizados pela Petrobras (gasolina A) e nos preços médios ao consumidor final (gasolina C) nos 26 estados e no Distrito Federal. O período de coleta foi de 12 de junho a 18 de junho de 2022.
Cálculo feito para definir o preço do diesel
As distribuidoras de combustível adquirem, nas refinarias da Petrobras, o diesel tipo “A”.
Para atender a legislação brasileira, o diesel automotivo vendido no país precisa ser misturado com biodiesel — um combustível renovável produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais —, formando o óleo diesel “B”, que é revendido nos postos.
Desse modo, o valor pago pelos motoristas no posto, além da parcela da Petrobras e os impostos, também estão incluídos o custo de aquisição do biodiesel, e os custos e margens de comercialização das distribuidoras e dos revendedores.
Estas são as parcelas dos quatro componentes do preço do diesel cobrado nos postos, de acordo com a Petrobras*:
- Parcela da Petrobras: 64,3%
- Distribuição e revenda: 13,4%
- Imposto estadual: 11,9%
- Custo do biodiesel: 10,4%
- Impostos federais**: 0,0%
* A elaboração da Petrobras foi a partir de dados da ANP, com base nos valores médios de diesel S-10 da Petrobras (diesel A) e nos valores médios de diesel S-10 ao consumidor final (diesel B) nos 26 estados e no Distrito Federal. O período de coleta foi entre 12 de junho e 18 de junho de 2022.
** desde março, de forma temporária, os impostos federais estão zerados. A medida tem validade até 31 de dezembro deste ano.