Em uma crítica proferida logo no início desta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acusou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de dar uma rasteira de bilhões no Governo Federal. A acusação foi feita durante um evento em que era celebrado os 70 anos da instituição financeira.
De acordo com Paulo Guedes, ao Tribunal de Contas da União (TCU), o departamento jurídico do BNDES argumentou que o Governo Federal seria prejudicado caso seja obrigado a devolver os recursos aportados para o aumento de capital do banco.
Segundo ele, foi feita uma capitalização através de um empréstimo com taxa fixa, logo, quando a inflação está em alta, automaticamente o subsídio também é elevado.
“O Brasil está subsidiando o BNDES. O jurídico do BNDES teve a coragem de ir ao TCU para convencer o TCU de que é o contrário e o TCU caiu. Faram que devolver o dinheiro agora implicaria perda ao banco. É o contrário. Estão se beneficiando do subsídio. Vocês deveriam estar devolvendo esses recursos, o Brasil está em guerra”, ponderou.
O ministro ainda fez questão de afirmar que não se trata de um governo sadomasoquista e que gosta de impor sacrifícios ao povo brarsileiro.
Entenda a crítica de Paulo Guedes
A crítica de Guedes se refere à menção de um dos participantes do evento que alegou que o BNDES teria retornado R$ 400 bilhões aos cofres públicos.
No entanto, o ministro da Economia afirma que do montante mencionado, somente R$ 260 bilhões foram devolvidos. Logo, permanece um saldo de R$ 140 bilhões que devem ser pagos até o final deste ano.
Neste sentido, Paulo Guedes diz que o BNDES não terá autonomia para instigar o Governo Federal a pedir dividendos. Se assim for feito, será solicitado 100% dos dividendos, segundo Guedes.
Na oportunidade, Paulo Guedes explicou que o pedido de devolução antecipada compõe o empenho na contenção das despesas públicas, frisando que os recursos precisam retornar aos cofres do Governo Federal. Para ele, o país ainda enfrenta o pós-pandemia que continua causando efeitos persistentes.
As críticas do ministro não pararam por aí, pois ele voltou a julgar a política de fornecimento de crédito a grandes companhias. Esta era a prática adotada na época da política de campeões nacionais. Ele frisou que o banco precisa se concentrar no financiamento de micro, pequenas e médias empresas.