José Mauro Coelho renunciou ao seu cargo de presidente da Petrobras e do de membro do Conselho de Administração na manhã de ontem (20). A saída aconteceu após Coelho receber diversas críticas do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
As críticas recebidas foram após o anúncio de um novo aumento dos combustíveis na sexta-feira (17) e que começou a vigorar no dia seguinte. Coelho foi o terceiro presidente da estatal durante o governo de Bolsonaro.
Após o anúncio do reajuste no preço da gasolina e do diesel, Bolsonaro solicitou de Lira a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, seus diretores e conselheiros.
Bolsonaro afirmou, durante entrevista ao programa Meio-Dia RN, que o novo aumento dos combustíveis é inconcebível, já que a margem de lucro da Petrobras é seis vezes maior que a de qualquer outra petrolífera. O último aumento foi de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% no preço do diesel.
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Gestão de Coelho
José Mauro Coelho assumiu a Petrobras no dia 14 de abril deste ano, após a renúncia de Adriano Pires. Assim, com sua saída ontem (20 de junho), sua gestão durou dois meses. Coelho é ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
A sua gestão foi marcada por pressões e polêmicas sobre reajuste nos preços dos combustíveis. Diante disso, no final de maio, o Ministério de Minas e Energia anunciou que haveria uma troca de cargos.
Coelho é defensor da paridade estatal, na qual estabelece o valor dos combustíveis com base nas cotações do dólar e do petróleo no mercado internacional. Essa visão não agradou ao presidente da república que não poupou críticas.
Novo presidente da Petrobras
O diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges, foi nomeado pelo Conselho de Administração como novo presidente interino. Assim, este permanecerá no cargo até que ocorra a eleição e posse do novo comandante da estatal.
É esperado que o secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, assuma o cargo. O governo indicou o nome de Andrade há um mês. Porém, a troca de cadeiras esbarrou nos trâmites.