A inflação tem uma nova alta em maio, de 0,59%, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). O percentual indica uma desaceleração em relação à taxa de 1,73% batida em abril deste ano. De toda forma, a inflação continua afetando o bolso dos brasileiros em preços pressionados.
Apesar da desaceleração, a taxa marca um recorde de alta para o mês de maio desde o ano de 2016. Na época, a inflação acumulou 4,93%, superando o apanhado de 2015 que havia sido o maior, fechado em 5,23% entre o período de janeiro a maio daquele ano. Agora, precisamente nos últimos 12 meses, notou-se um salto de 12,2% neste cenário.
Para entender melhor a situação, é importante explicar que o reajuste na inflação sofreu a influência dos preços praticados no setor de saúde e cuidados pessoais, cujo aumento foi de 2,19%. Os produtos com os maiores impactos são: os farmacêuticos (+5,24%); passagens aéreas (+18,40%), gasolina (+1,24%) e o etanol (7,79%).
A habitação foi puxada pela energia elétrica, diante de um tombo de 14,09% após o retorno da bandeira verde na conta de luz. Lembrando que, desde o mês de setembro de 2021, estava em vigor a bandeira de escassez hídrica, que cobrava uma taxa de R$ 14,20 para cada 100 kWh consumidos.
Na sequência, os setores de vestuário e transporte apresentaram altas de 1,86% e 1,8%, respectivamente. O nicho de habitação foi o único com uma retração de 3,85% entre os segmentos econômicos em destaque.
Vale mencionar que, durante a última reunião realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros (Selic) para 12,75%. Este é o maior patamar desde 2017, quando a Selic chegou a 13%.
Atualmente, este já foi o 10º aumento seguido no prazo de dois anos, através do acréscimo de um ponto percentual. O propósito é controlar a inflação impulsionada pela retomada da economia.
O resultado da inflação do mês de maio indica nove meses seguidos com a taxa anual rodando acima dos dois dígitos. A taxa de 12,20% em 12 meses é a maior inflação anual do Brasil desde novembro de 2003, quando chegou a 12,69%.