Inflação é a maior para o mês de março desde a criação do Real

Em março, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 1,62%. Este foi o maior índice para o mês desde 1994, antes da criação do Plano Real. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última sexta-feira (8).

Inflação é a maior para o mês de março desde a criação do Real
Inflação é a maior para o mês de março desde a criação do Real (Imagem: Montagem/FDR)

Em fevereiro, a inflação oficial do país havia sido de 1,01%. No acumulado deste ano, o IPCA registra aumento de 3,20%.

nos últimos 12 meses, o indicador apresenta alta de 11,30%, acima dos 10,54% vistos nos 12 meses imediatamente anteriores. Ou seja, este desempenho está mais que o dobro acima da meta estabelecida, pelo Banco Central, para este ano.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que a meta de inflação para 2022 é de 3,5% — com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A inflação de março ficou bastante acima da mediana — e fora do teto — das estimativas de 41 instituições financeiras e consultorias, apuradas pelo Valor Data. O intervalo das estimativas era de +0,54% a +1,43%, com mediana de +1,32%.

Fatores que mais impactaram a inflação em março

No mês de março, os principais impactos vieram dos transportes (3,02%) e de alimentação e bebidas (2,42%). Juntos, os dois grupos contribuíram com aproximadamente 72% do IPCA do mês.

Com relação aos transportes, o aumento foi puxado, principalmente, pela elevação nos preços dos combustíveis (6,70%) — com destaque para a gasolina (6,95%).

O gerente do IPCA, Pedro Kislanov, explica que houve um reajuste de 18,77% no valor médio da gasolina vendida pela Petrobras para as distribuidoras. Isso aconteceu em 11 de março. Ele destaca que também ocorreu alta nos preços do óleo diesel (13,65%), gás veicular (5,29%) e etanol (3,02%).

Já sobre o grupo de alimentos e bebidas, a escalada acontece, especialmente, devido aos preços dos alimentos para consumo domiciliar (3,09%). No mês, os valores do tomate subiram 27,22%. O preço da cenoura elevou 31,47% — com aumento acumulado de 166,17% em 12 meses.

Outros aumentos consideráveis foram do leite longa vida (9,34%), do óleo de soja (8,99%), das frutas (6,39%) e do pão francês (2,97%).

Pedro Kislanov afirma que foi um aumento disseminado nos preços. Ele argumenta que isso ocorreu por questões específicas de cada alimento, especialmente por fatores climáticos — mas também com relação ao custo do frete.

O gerente explica que o reajuste nos preços dos combustíveis impacta em outros produtos da economia, como os alimentos.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.