Um pedido inusitado foi feito por um pastor do Maranhão. De acordo com informações de Gilberto Braga, prefeito da cidade de Luis Domingues, o pedido envolve negociações sobre transferências de recursos federais quanto às verbas destinadas a obras do Ministério da Educação (MEC).
Na verdade, o pedido não foi feito apenas por um pastor, mas por um conjunto de pastores que impuseram a condição do pagamento de 1 quilo de ouro para que essas verbas pudessem ser liberadas. O prefeito também disse que esse pedido foi feito em um restaurante de Brasília, junto à presença de vários outros políticos.
Conforme apurado, este pedido em específico foi feito pelo pastor Arilton Moura com o apoio do pastor Gilmar Santos. Ambos são os responsáveis pela liberação de recursos no âmbito federal aos municípios, mesmo que não possuam cargos no atual governo.
No entanto, é importante explicar que, uma possível razão pela qual o MEC está envolvido nesse sistema é porque, o chefe da pasta, o ministro Milton Ribeiro, também é um pastor.
Na oportunidade, o ministro afirmou que o Governo Federal dá prioridade aos pedidos de liberação de verba realizados por prefeituras cujas negociações ficaram na responsabilidade dos pastores Gilmar e Arilton. Além do que, o sistema de seleção faz parte de uma imposição feita particularmente, pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro.
Milton Ribeiro também mencionou pedidos de apoio que supostamente poderiam ser remanejados para a construção de igrejas. Lembrando que esta participação da pastoral junto ao MEC já havia sido anunciada em ocasião anterior pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Neste sentido, voltando a 15 de abril de 2021, época em que foi realizado um evento do MEC, foi identificada a presença de vários prefeitos, inclusive de Gilberto Braga.
Na solenidade, os pastores tiveram a chance de ocupar uma posição de destaque, situados em assentos ao lado do ministro. Posteriormente, os pastores fizeram um convite aos gestores para que participassem de um almoço onde a propina em ouro foi solicitada.
Enquanto isso, no sistema do MEC há registros de duas obras em execução no município de Luis Domingues. Além de outras duas que somam R$ 4 milhões, cujos empenhos já foram aprovados no final de 2021.
Os recursos provêm do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao MEC e administrado por políticos do centrão, que se tornaram apoiadores de Bolsonaro.
O FNDE é composto por recursos federais destinados a transferências para cidades brasileiras. Por esta razão, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura iniciaram negociações com as prefeituras sobre a liberação de verbas através do MEC há mais de um ano.
A previsão é para que uma parte desses recursos sejam investidos em obras de creches, escolas, quadras e, até mesmo, para a compra de equipamentos tecnológicos.