Mesmo havendo uma fila de espera por análises de benefícios com 1,8 milhões de pedidos, o governo confirmou o corte de orçamento no INSS. Na última segunda-feira (24), o Diário Oficial da União publicou o Orçamento de 2022 após assinatura do presidente Jair Bolsonaro. No texto, a surpresa contendo o corte.
Na verdade, o Instituto Nacional do Seguro Social não foi o único prejudicado com os cortes e vetos. É que o Ministério do Trabalho e Emprego foi o principal atingido no novo texto de orçamento, a pasta perdeu R$ 1,005 bilhão ao qual teria direito esse ano.
O INSS faz parte desta unidade, e sua redução de investimento ficou em R$ 988 milhões em 2022. O valor deveria ser usado para administração, gestão de dados e outros serviços.
Em entrevista ao jornal Estadão, a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) pontou as principais consequências desta redução.
De acordo com a Fenasps a fila de espera para receber um benefício previdenciário deve crescer ainda mais, e o funcionamento das agências será prejudicado.
Análises mostram que a falta de dinheiro em caixa pode comprometer o repasse para funcionários do serviço de limpeza das unidades do INSS, que são contratados terceirizados. Nesse caso, sem o serviço básico o local não pode ser aberto.
A Fenasps ressalta que durante esse período de pandemia parte das agências da Previdência Social nem foram reabertas por que não possuem estrutura suficiente. Sem dinheiro para melhorias, o Brasil deve perde parte significativa de atendimentos presenciais.
E embora haja um forte investimento em recursos online, como envio de documentos e pedidos de benefícios por portais digitais. É certo que para mantê-los também será necessário de verba para equipamentos, internet, e mais.
Pedido de revisão do orçamento no INSS
Segundo informações trazidas pelo Blog de Valdo Cruz, no G1, o governo federal pode reaver o valor que foi retirado do orçamento do INSS.
O deputado Hugo Leal (PSD-RJ), responsável pelo texto do Orçamento 2022, se comprometeu em analisar novas possibilidades. E disse acreditar que quando o texto chegar ao Congresso para análise dos vetos, ele deve ser revertido.
Ou seja, quando deputados e senadores analisarem tudo o que foi vetado por Jair Bolsonaro, muito provavelmente irão alterar esse trecho.
Os próprios apoiadores do presidente enxergam que essa atitude acaba desgastando a imagem do mesmo em ano eleitoral, segundo o blog do G1. Por isso, algumas alterações deverão ser feitas.
Considerando ainda que enquanto as verbas eleitorais foram preservadas, por outro lado as pesquisas científicas, grupos quilombolas e indígenas perderam parte dos seus investimentos.