- Segundo a pesquisa publicada pelo Dieese, o café em pó, o açúcar e o óleo de soja foram os alimentos mais caros da cesta básica no mês de novembro;
- O valor médio da cesta básica no mês de novembro aumentou em 9 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese;
- Entre janeiro e novembro, todas as capitais pesquisadas tiveram alta na cesta básica, variando de 4,44% (Aracaju) a 18,25% (Curitiba);
Segundo a pesquisa publicada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na última terça-feira (07), o café em pó, o açúcar e o óleo de soja foram os alimentos mais caros da cesta básica no mês de novembro deste ano.
O valor médio da cesta básica no mês de novembro aumentou em 9 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. As maiores altas no mês passado foram apuradas em capitais do Norte-Nordeste, com destaque para Recife (8,13%), Salvador (3,76%) e, por fim, João Pessoa (3,62%).
De acordo com o Dieese, a cesta básica teve queda em Brasília (-1,88%), Campo Grande (-1,26%) e Rio de Janeiro (-1,22%). Porém, o menor valor da cesta foi registrado em Aracaju ficando por R$ 473,26 e o preço mais elevado foi encontrado em Florianópolis por R$ 710,53.
A diferença entre o valor encontrado nas duas cidades é de R$ 237,27. Diante disso, a região é responsável pela diferença nos preços dos alimentos, considerando local de produção, entre outros fatores.
Veja abaixo o ranking de preços entre as 17 capitais pesquisadas e compare as diferenças:
- Florianópolis R$ 710,53
- São Paulo R$ 692,27
- Porto Alegre R$ 685,32
- Vitória R$ 668,17
- Rio de Janeiro R$ 665,60
- Campo Grande R$ 645,17
- Curitiba R$ 638,96
- Brasília R$ 631,95
- Goiânia R$ 599,64
- Belo Horizonte R$ 594,97
- Fortaleza R$ 580,36
- Belém R$ 550,64
- Recife R$ 524,73
- Natal R$ 521,08
- João Pessoa R$ 508,91
- Salvador R$ 505,94
- Aracaju R$ 473,26
Entre janeiro e novembro, todas as capitais pesquisadas tiveram alta na cesta básica, variando de 4,44% (Aracaju) a 18,25% (Curitiba). Em 12 meses os preços tiveram elevação em todas as cidades, com variação de 3,65% (Salvador) a 16,75% (novamente Curitiba).
Os alimentos mais caros da cesta básica
A cesta básica é composta por 13 itens considerados essenciais: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. A quantidade de cada produto varia, conforme a tradição alimentar de cada região.
De acordo com a pesquisa divulgada pelo Dieese, os principais vilões para o aumento na cesta básica no mês de novembro foram o café em pó, o açúcar e o óleo de soja. Esses itens tiveram alta de 3,22% a 23,63%.
Os alimentos que compõem a cesta foram pesquisados nas 17 capitais brasileiras. O quilo do café em pó foi o produto que obteve a maior alta, tendo subido 23,63% em Recife; 11,94% em Florianópolis; 11,39% no Rio de Janeiro; 10,03% em Porto Alegre e 9,46% em Curitiba.
No geral, os itens que tiveram alta, comparado ao mês de outubro, foram: café em pó (8,19%), açúcar cristal (6,39%), a banana (3,67%), o óleo de soja (3,22%), a farinha (3,13%), o pãozinho francês (1,01%) e a manteiga (0,20%).
De acordo com a pesquisa do Dieese, alguns itens apresentaram reduções no preço, sendo as maiores: tomate (-9,48%), seguido por leite de caixinha (-3,12%), carne bovina (-2,19%), batata (-1,83%), feijão carioquinha (-1,09%) e arroz agulhinha (-0,47%).
Jornada de trabalho e Salário mínimo ideal
Com base nos valores da cesta básica, a média ficou em R$ 591,89. Diante disso, o Dieese afirma que o valor ideal do salário mínimo no mês de novembro para arcar com as despesas básicas de um trabalhador e sua família deveria ser de R$ 5.969,17.
Esse valor é 5,42 vezes maior que o atual piso nacional de R$ 1.100. Para comprar apenas os itens alimentícios para a sua família, composto por dois adultos e duas crianças, foi necessário desembolsar R$ 1.775,67.
Considerando o atual piso nacional, um trabalhador que exerce sua função com uma carga horária de 44h semanais, 220h mensais, ganha R$ 36,67 por dia e R$ 5,00 por hora. Com isso, para comprar apenas a cesta básica foi necessário trabalhar por cerca de 119 horas no mês de novembro.
Além disso, 53,8% da renda bruta ficou comprometida. Após o desconto da contribuição do INSS, o comprometimento da renda líquida subiu para 58,95%. Diante disso, fica perceptível o quanto o salário mínimo não consegue arcar com todas as despesas que uma família brasileira exige.
É importante lembrar que, além dos alimentos, as famílias precisam arcar com outras despesas, como gás de cozinha, conta de luz e água, internet, saúde e educação. Além disso, boa parte da população brasileira não possui casa própria e veículo e, portanto, precisam pagar aluguel e gastar com transporte.