Alimentos da cesta básica ficam em alta e comprometem 60% do salário mínimo

O valor médio da cesta básica no mês de novembro aumentou em nove das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. De acordo com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos com o novo aumento os trabalhadores precisam comprometer 60% de sua renda líquida para comprar os alimentos básicos.

A cesta básica é composta por 13 itens considerados essenciais: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. A quantidade de cada produto varia, conforme a tradição alimentar.

Todos os meses, o Dieese avalia o preço médio da cesta básica nas principais capitais brasileiras e divulga o resultado comparando com os meses anteriores. No mês de novembro, o item teve alta em 9 das 17 capitais pesquisadas.

Com isso, o aumento foi de 18%, ficando acima da inflação oficial, na casa dos 10%. As maiores altas no mês passado foram apuradas em capitais do Norte-Nordeste, com destaque para Recife (8,13%), Salvador (3,76%) e João Pessoa (3,62%).

Além dessas, houve registro de alta em Natal, Fortaleza, Belém, Aracaju, Florianópolis e Goiânia. De acordo com o Dieese, a cesta básica teve queda em Brasília (-1,88%), Campo Grande (-1,26%) e Rio de Janeiro (-1,22%).

O menor valor da cesta foi registrado em Aracaju ficando por R$ 473,26 e o preço mais elevado em Florianópolis por R$ 710,53. Veja abaixo o ranking de preços entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese:

  • Florianópolis R$ 710,53
  • São Paulo R$ 692,27
  • Porto Alegre R$ 685,32
  • Vitória R$ 668,17
  • Rio de Janeiro R$ 665,60
  • Campo Grande R$ 645,17
  • Curitiba R$ 638,96
  • Brasília R$ 631,95
  • Goiânia R$ 599,64
  • Belo Horizonte R$ 594,97
  • Fortaleza R$ 580,36
  • Belém R$ 550,64
  • Recife R$ 524,73
  • Natal R$ 521,08
  • João Pessoa R$ 508,91
  • Salvador R$ 505,94
  • Aracaju R$ 473,26

Com base nesses valores, a média da cesta ficou em R$ 591,89. Diante disso, o Dieese estima que o salário mínimo necessário para as despesas básicas de um trabalhador e sua família em novembro deveria ser de R$ 5.969,17.

Essa quantia é 5,42 vezes maior que o atual piso nacional de R$ 1.100. Sendo assim, para comprar a cesta em novembro o cidadão precisou trabalhar por 119 horas e 58 minutos. Além disso, 58,95% da renda líquida (descontada a Previdência) ficou comprometida.

No acumulado do ano, ou seja, de janeiro a novembro, todas as capitais pesquisadas tiveram alta na cesta básica, variando de 4,44% (Aracaju) a 18,25% (Curitiba). No acumulado de 12 meses os preços tiveram elevação em todas as cidades, com variação de 3,65% (Salvador) a 16,75% (Curitiba).

Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.