Embora o calendário de vacinação contra a Covid-19 esteja sendo antecipado em várias cidades brasileiras, em Belo Horizonte (MG), a situação é um pouco diferente. O motivo do atraso no esquema vacinal na capital mineira está ligado ao público alvo do momento.
Desde o dia 11 de junho, a vacinação contra a Covid-19 em BH está estagnada na faixa etária de 56 anos de idade. Enquanto isso, outras localidades já avançaram com a imunização com base na autorização do Ministério da Saúde de ampliar o cronograma para adultos com mais de 18 anos sem comorbidades.
Em São Luís do Maranhão, por exemplo, o calendário de vacinação contra a Covid-19 já chegou à faixa etária de 18 anos, e é um dos mais avançados de todo o Brasil. Manaus, capital do Amazonas, vem em seguida, vacinando a população com 34 anos de idade ou mais.
Mesmo com o atraso notável, na última segunda-feira, 21, a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu ampliar o calendário de vacinação contra a Covid-19 para grávidas sem comorbidades. Este grupo está sendo imunizado com doses da Pfizer entregues no município na última sexta-feira, 18.
O cronograma vacinal da capital mineira também contempla as pessoas que não receberam a Coronavac devido ao estoque zerado. Sendo assim, a repescagem se tornou possível também mediante a chegada de uma nova remessa do imunizante.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que o último lote com doses de vacinas contra a Covid-19, é composto por 850 doses da AstraZeneca, 40.600 doses da Coronavac e 7.608 doses da Pfizer.
Contudo, se comparado às remessas entregues em demais cidades, nota-se que a quantidade obtida em BH é insuficiente para ampliar a vacinação contra a Covid-19 por faixa etária.
Em nota, a Prefeitura de BH declarou que tinha a intenção de ampliar a imunização por faixa etária, bem como para as lactantes.
“Porém, devido ao quantitativo disponibilizado ao município ainda não será possível. A Secretaria Municipal de Saúde aguarda uma nova remessa e reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo de vacinação”.
Tendo em vista a situação da capital, a Prefeitura reclama que o Governo Federal repassou uma quantidade inferior de doses do que o esperado.
Em complemento, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, se mostrou indignado com a falta de recursos para progredir com a imunização dos belo-horizontinos.
Por outro lado, o Governo Estadual, alegou que a distribuição de doses da vacina não é aleatória, pois há um cálculo feito de acordo com os critérios técnicos e diretrizes impostas pelo Ministério da Saúde.
“O estado quer todos andando juntos, todos terminarão juntos a vacinação. Conversei com secretários municipais de vários municípios, Betim, Contagem, Belo Horizonte, e todos entenderam o critério”, justificou o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti.