Alimentos, combustível e energia em ALTA no Brasil; qual o motivo dos preços elevados?

Pontos-chave
  • Preço dos alimentos e combustível são reajustados;
  • IPCA nacional apresenta nova alta no mês de abril;
  • Alimentos tem carne bovina como produto mais caro.

Brasil permanece com crescente alta no preço de seus produtos e serviços. De acordo com o último levantamento realizado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,44% no mês de maio, gerando a maior taxa desde 2016. Isso significa dizer que o combustível, alimentação e energia se manterão mais caros. Entenda o porquê.

Alimentos, combustível e energia em ALTA no Brasil; qual o motivo dos preços elevados? (Foto: Geraldo Bubniak / AGB)
Alimentos, combustível e energia em ALTA no Brasil; qual o motivo dos preços elevados? (Foto: Geraldo Bubniak / AGB)

Nos últimos meses o Brasil vem vivenciando um forte clima de instabilidade e tensão econômica. Com a chegada do novo coronavírus, o país voltou a decrescer em suas taxas, registrando uma das maiores inflações da história.

Desse modo, a sobrevivência tem se tornado mais cara, tendo em vista o aumento no preço de serviços e produtos.

O que diz o IPCA

O último levantamento econômico realizado revelou uma variação de 0,44% ao mês, ficando abaixo do contabilizado em abril. Avaliando os indicadores ao ano, significa uma soma de 3,27%.

Até dezembro a previsão é de que o IPCA fique em 7,27%, tendo em vista o aumento de setores como a gasolina que está 41,55% mais cara.

Na área de alimentação a carne teve um reajuste de 35,68%. Ainda segundo os indicadores validados pelo IBGE, há outros reajustes também com uma variação de (0,16 ponto percentual) na área de Saúde e Cuidados Pessoais (alta de 1,23%).

Na área de habitação, a alta foi de (0,79%) e Alimentação e Bebidas (0,48%) responderam por mais 0,22 ponto. Mas o que isso quer dizer?.

De modo geral, tais estatísticas comprovam que o país tem vivenciado uma das suas maiores crises econômicas. Entre os principais motivos está a pandemia do novo coronavírus que inviabiliza uma série de serviços e ações, tornando a produção e distribuição mais difícil e consequentemente mais cara.

Outra questão em consideração é a alta demanda, quanto maior a busca de determinados segmentos, como farmácia, mas caro tendem a se tornar os produtos. O mesmo ocorre no setor de alimentos.

Além disso é preciso levar em consideração a instabilidade nas medidas de isolamento. Com o fechamento e abertura das empresas, o fluxo de venda e produtividade é interrompido, atrapalhando na comercialização.

Alta no combustível

Em maio o preço do etanol teve alta em todo o país, sendo o produto comercializado por R$ 6,494 o litro. Já a gasolina também foi reajustada com um valor de R$ 4,563, havendo ainda variações por regiões, sendo o Nordeste o local mais caro.

Presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mario Campos, informou que o motivo de alta se relaciona a estiagem que ocorreu no verão. De acordo com ele, a falta de chuva compromete a produção dos combustíveis, tornando-os mais caros.

O gestor afirmou ainda que o aumento no preço do açúcar no mercado internacional também contribui para a alta do combustível. Isso implica em uma maior fabricação de cana para exportação, reduzindo a produção do etanol.

Alimentos mais caros

No setor de alimentos, os produtos permanecem em alta constante. Atualmente o produto mais caro tem sido a carne bovina com um reajuste médio de 1,77%. De modo geral, os insumos tiveram um aumento de 0,19% para 0,50% em abril.

O tomate vem sendo vendido com um reajuste de 7,24%, já o preço das frutas caiu 6,45%. Fora do domicílio (0,43%), lanche (0,72%) e refeição (0,16%) subiram menos que no mês anterior.

Alimentos, combustível e energia em ALTA no Brasil; qual o motivo dos preços elevados? (Imagem: Mehrad Vosoughi/Pexels)
Alimentos, combustível e energia em ALTA no Brasil; qual o motivo dos preços elevados? (Imagem: Mehrad Vosoughi/Pexels)

No segmento de cereais, o reajuste foi de 125,1 em abril, com o aumento de 1,5 ponto (1,2%) em comparação com o mês de março e 25,8 pontos (26%).

“A pressão de alta das intenções de plantio menores do que o previsto nos Estados Unidos e as preocupações com as condições de safra na Argentina, Brasil e EUA empurraram os preços do milho para 5,7% em abril“, destacou os gerenciadores do Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Energia se mantém em alta

Por fim, as contas de energia deverão ficar mais caras. Isso porque o cálculo para a definição do valor mensal será feito com base na bandeira vermelha que apresenta o indicador mais alto pelas distribuidoras.

A bandeira vermelha, ou bandeira 1, resulta na cobrança de um adicional de R$ 4,169 para cada 100 kWh consumidos.

Nesse setor, o motivo pelo qual o encarecimento se dá mediante a estiagem no Sudeste. Com o baixo índice de água nas hidroelétricas, a Aneel informou que foi contabilizado o pior nível dos reservatórios desde o ano de 1931.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.