Uma nova vacina contra a Covid-19 será criada em solo brasileiro. Se trata da Butanvac, a qual terá todas as etapas de produção realizadas no Brasil sem depender de matéria-prima importada.
De acordo com o Instituto Butantan, fabricante da vacina, a produção do primeiro lote teve início nesta quarta-feira, 28, e promete entregar um milhão de doses do imunizante. É importante informar que a Butanvac ainda não foi testada em humanos.
Isso porque, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não liberou a realização de testes clínicos em voluntários devido à falta de dados sobre a vacina. O parecer dado na última terça-feira, 27, ainda apontou a inexistência de 44 informações essenciais à fabricação das doses.
Mesmo assim, o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), declarou que a previsão para a entrega das 18 milhões de doses da Butanvac é para o mês de junho deste ano.
“A novidade de hoje é uma notícia significativa para a ciência brasileira e, por que não, mundial”, completou Doria durante coletiva de imprensa.
Diante dos impasses sobre a viabilidade da vacina, o Instituto Butantan protocolou um pedido junto à Anvisa para dar início aos testes clínicos em humanos durante as duas primeiras fases. Porém, devido à falta de dados conforme mencionado, por hora, a agência liberou apenas os testes em animais.
A Anvisa determinou que o Instituto Butantan envie um relatório preciso e detalhado sobre a vacina dentro do prazo de 120 dias. Até lá, uma nova análise pela agência não poderá acontecer.
Caso a vacina seja aprovada diante da respectiva eficácia, a Butanvac será o primeiro imunizante contra a Covid-19 produzido exclusivamente no Brasil sem depender da importação de matéria-prima e outros insumos.
De acordo com o instituto, a Butanvac compõe a segunda geração de vacinas contra a Covid-19 que é brasileira, bem como a variante P1. Lembrando que a tecnologia é a mesma utilizada na vacina contra a gripe.
Para o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, as informações solicitadas pela Anvisa já estão sendo reunidas. Ele ainda explicou que boa parte do questionamento feito pela agência se refere à produção do imunizante, o qual já poderia ter sido fabricado há um mês atrás.
“O processo original foi submetido dia 26 de março. Muitas das questões que vieram são relativas ao processo de fabricação, e não ao estudo clínico, portanto já poderiam ter sido solicitadas. É isso que nós queremos da Anvisa: agilidade”, concluiu Covas.
Conforme mencionado, o pedido de autorização se refere às duas primeiras fases de teste da Butanvac em 1.800 voluntários. Já na fase três, a previsão é para que ocorra o apoio de nove mil voluntários, encerrando a fase de testes com 40 milhões de doses prontas para distribuição até dezembro de 2021.