ARAGUARI, MG — A conta de luz dos consumidores cearenses terá um alívio no bolso a partir do dia 22 de abril, com uma queda média de 2,1% nas tarifas. A medida foi oficializada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A decisão envolve a revisão tarifária feita pela Enel Ceará, responsável pelo fornecimento de energia no estado.

A redução na conta de luz busca equilibrar os custos com a prestação do serviço e o impacto ao consumidor. A nova revisão tarifária trará impactos diferentes, dependendo do perfil de consumo. A Aneel definiu percentuais distintos para consumidores residenciais e empresariais.
Quem utiliza energia em alta tensão, como é o caso das indústrias, terá uma redução de 2,84% na conta de luz. Já os usuários de baixa tensão, como residências e pequenos comércios, sentirão um corte de 1,89%.
A conta de luz de aproximadamente 3,9 milhões de consumidores no Ceará está sob responsabilidade da Enel, que atua em todos os 184 municípios do estado. Apesar da distribuição ser feita pela empresa, é a Aneel que estabelece os índices de reajuste aplicados na tarifa de energia, seja para mais ou para menos.
A conta de luz é calculada com base em diversos fatores técnicos definidos pela Aneel, que avalia os custos do setor elétrico. Entre os elementos que impactam diretamente a tarifa de energia, estão os encargos setoriais, a transmissão, a compra e a distribuição de energia.
Esses critérios garantem que o valor cobrado ao consumidor reflita as despesas reais da operação do sistema elétrico nacional. A decisão que autorizou a queda na conta de luz em 2025 veio acompanhada de um alerta: há possibilidade de reajuste para cima em 2026. A informação consta no boletim técnico divulgado pela Aneel.
Mesmo com a sinalização de alta na conta de luz no próximo ano, o reajuste ainda está em fase de análise e depende de novos estudos. O percentual exato do possível aumento ainda não foi definido e seguirá os critérios regulatórios que consideram os custos do setor elétrico.
Proposta de isenção na conta de luz
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou qualquer proposta em andamento para ampliar a isenção da conta de luz no país. Segundo ele, não há estudos sobre o tema nem na Fazenda nem na Casa Civil, contrariando declarações recentes. A afirmação veio após o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, sugerir a medida durante um evento no Rio de Janeiro.
Durante um evento no Rio de Janeiro, o ministro Alexandre Silveira destacou a necessidade de justiça na conta de luz para famílias em situação de vulnerabilidade. Ao discursar no Fórum Brasileiro de Líderes em Energia Elétrica, ele mencionou a ampliação do acesso à tarifa social da conta de luz.
Segundo Silveira, mais de 60 milhões de brasileiros poderiam ser beneficiados por essa medida de inclusão energética. Ao ser questionado sobre uma possível ampliação da isenção na conta de luz, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que haja qualquer proposta em análise.
De acordo com Haddad, não existe nenhum estudo em andamento na Fazenda envolvendo a conta de luz, nem mesmo na Casa Civil. O ministro relatou ter confirmado a informação com Rui Costa, e ressaltou que, apesar disso, o governo pode avaliar novas sugestões futuramente.
Famílias de baixa renda podem contar com um importante alívio na conta de luz por meio da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), oferecida pelo governo federal. Esse benefício garante descontos significativos na conta de luz, desde que o núcleo familiar atenda aos critérios definidos. O abatimento na fatura é proporcional ao consumo mensal e pode chegar a até 65% do valor total.
Programa do governo oferece descontos na conta de luz
A Tarifa Social, um programa em vigor há cerca de 21 anos no Brasil, surgiu pela Lei nº 10.438. Essa iniciativa consiste em uma tarifa que proporciona descontos e isenções na conta de energia, sendo financiada pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) e pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
A amplitude de benefícios pela Tarifa Social é significativa. Apenas em 2022, mais de 24 milhões de brasileiros foram contemplados por esse programa, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). É relevante ressaltar que os descontos de tarifa são cumulativos na categoria de tarifa residencial, observando critérios específicos, como:
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65% de desconto para consumo mensal entre 0 e 30 kWh;
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40% de desconto para consumo mensal entre 31 e 100 kWh;
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10% de desconto para consumo mensal entre 101 e 220 kWh;
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Acima de 221 kWh não há descontos oferecidos.
A Tarifa Social de Energia Elétrica é uma importante iniciativa do Governo Federal para auxiliar as famílias de baixa renda a terem acesso a um serviço essencial, como a energia elétrica, sem comprometer ainda mais o orçamento doméstico.