DPVAT volta a ser debatido com previsão de cobrança em 2024

Pontos-chave
  • O seguro DPVAT não é pago desde 2019;
  • O dinheiro disponível no fundo termina neste ano;
  • Governo Lula discute como deve voltar a ser cobrado o imposto.

Desde 2019, quando Jair Bolsonaro (PL) assumiu a presidência do país, o DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres) deixou de ser cobrado. Recentemente, porém, o ex-presidente avisou nas suas redes sociais que a cobrança deve voltar a ser feita a partir de janeiro de 2024.

DPVAT volta a ser debatido com previsão de cobrança em 2024
DPVAT volta a ser debatido com previsão de cobrança em 2024 (Imagem: FDR)

O seguro DPVAT era, até 2019, uma das taxas inclusas no licenciamento anual que deve ser obrigatoriamente pago por proprietários de veículos automotivos. O seu objetivo é somar fundos para indenizar pessoas que sofrem com acidente de trânsito, tanto motoristas como pedestres.

A partir dos valores disponíveis no fundo cada pessoa pode receber ajuda financeira, podendo chegar a R$ 13.500. O seguro é liberado para custear as despesas médicas após o acidente, auxiliar o cidadão caso seja comprovada invalidez permanente, ou liberar ajuda aos dependentes de quem faleceu. 

Até mesmo quem nunca pagou o seguro DPVAT, por exemplo os pedestres, podem receber a indenização caso sofram acidente. Tudo por conta dos valores que ficavam armazenados no fundo e que dependiam da contribuição feita pelos proprietários dos veículos a cada novo licenciamento.

Atualmente é a Caixa Econômica quem fica responsável por analisar os pedidos do seguro, e depois conceder os valores. Antes disso era a Seguradora Líder quem fazia esse processo, mas foram descobertas fraudes no gerenciamento da empresa e o grupo foi afastado.

O seguro DPVAT vai voltar a ser pago em 2024?

O pagamento da taxa do seguro DPVAT deixou de ser cobrado em 2019 porque o governo justificou que haviam recursos suficientes para manter o pagamento das próximas indenizações. Acontece que a previsão é de que os R$ 4,2 bilhões que estavam no Fundo DPVAT, se esgotam em dezembro de 2023. 

Durante a transição de governos, a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alertada pelo então superintendente da Susep, Alexandre Camillo, que só haveria recursos para que o seguro funcionasse até este ano. Por isso, existem sim chances de que a tarifa volte a ser cobrada em 2024.

Especialistas acreditam em duas possibilidades. A de o governo possa colocar fim no seguro e deixar de indenizar as vítimas de trânsito. Ou, voltar a incluir a cobrança na lista de impostos a serem pagos no licenciamento de 2024. Ainda não há uma decisão sobre o assunto, mas o governo Lula está discutindo.

Desde abril deste ano o Ministério da Fazenda criou um grupo de trabalho para discutir a continuidade ou suspensão do DPVAT. Em março, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto disse que o modelo do seguro seria “reconstruído”mas não deu outros detalhes.

QUANTO GANHA UM MOTORISTA DE UBER E 99? VEJA SE VALE A PENA SEGUIR ESSA PROFISSÃO!

Quanto deve ser pago de DPVAT em 2024?

Em 2020, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) o valor cobrado pelo DPVAT foi reduzido. E passou a ser aplicado nos seguintes valores, dependendo da categoria de cada automóvel:

O valor é incluso na taxa de licenciamento que é anualmente paga pelo proprietário e que atualiza o CRLV (Certificado de Registro de Licenciamento de Veículos). A partir de 2024, porém, o valor do DPVAT deve ser outro, considerando que a tabela está estagnada desde 2020.

Como é feito o pagamento da indenização DPVAT?

Quem sofreu algum acidente de trânsito a partir de 1º de janeiro de 2021 causado por veículo automotor de via terrestre, tem direito de receber a indenização do DPVAT. O pedido deve ser encaminhado para a Caixa Econômica que vai analisar cada caso individualmente e aprovar ou negar o pedido.

Para o encaminhamento é importante reunir documentos que comprovem que houve o acidente, como o cidadão foi fisicamente lesionado, e no caso do falecimento é obrigatória a certidão de óbito.

O pedido funciona assim:

YouTube video player
Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
Sair da versão mobile