Reforma tributária impactará o bolso de trabalhadores de baixa e média renda

Pontos-chave
  • Reforma tributária deve trazer dois pontos a serem analisados;
  • O governo Lula dará prioridade a essa proposta;
  • Mais ricos pagarão mais imposto, e mais pobres serão beneficiados.

Uma das prioridades do governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) é aprovar a reforma tributária. Inclusive, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem trazido informações sobre esse assunto. Antes de confirmar mudanças na tributação dos contribuintes, o projeto deve passar pela análise de deputados e senadores, o que deve acontecer já nos próximos meses.

Reforma tributária impactará o bolso de trabalhadores de baixa e média renda
Reforma tributária impactará o bolso de trabalhadores de baixa e média renda (Imagem: Montagem/FDR)

Segundo o líder do governo na Câmara dos Deputados, o parlamentar José Guimarães (PT-CE), afirmou que a proposta contendo a reforma tributária deve ser enviada, pelo Executivo, no mês de abril. Ao que tudo indica, a partir de segunda-feira (6) o texto do projeto passa a ser montada. Segundo Guimarães, a ideia é montar um conteúdo que “dê conta de todos os problemas”.

A ideia não é uma revolução do governo Lula, na verdade já tem sido discutida desde a presidência de Jair Bolsonaro (PL). Inclusive, com um texto que chegou até a Câmara dos Deputados, por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/19, do deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Parte dessa proposta deve ser usada como referência para construção do novo texto.

Existe ainda a reforma do Imposto de Renda com um texto já aprovado na Câmara dos Deputados, e agora deve avançar ao Senado Federal. Um dos pontos que impediu a reforma tributária de ter sido aprovada já no último governo era o alinhamento entre o Congresso Nacional e a gestão anterior. O que deve ser afunilado para esse novo governo.

O que vai mudar com a reforma tributária?

A ideia da reforma tributária é unificar impostos e facilitar o recolhimento. Além de atualizar cobranças que há tempos não são reajustadas. O ponto trabalhado em alguns textos é da junção de tributos que hoje são pagos separadamente pelo consumidor ou por empresas, e que acabam custando mais caro.

Diante disso, a colunista do portal UOL, Mariana Londres, acredita que o governo Lula separe em duas etapas a reforma dos impostos e tributos no país:

O processo de mudança não aconteceria imediatamente, seriam precisos pelo menos seis anos para que houvesse a mudança total. Até mesmo porque, o setor de serviços que hoje paga menor imposto, teria uma cobrança maior chegando próximo aos custos que a indústria arca.

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Mais ricos pagarão mais impostos, mais pobres serão beneficiados

De acordo com um recente estudo feito pelo CLP (Centro de Liderança Pública), caso a reforma tributária seja aprovada no Congresso Nacional, seria responsável por diminuir em 96% a carga tributária dos brasileiros. E ainda, elevando a renda de todos os consumidores, principalmente dos mais pobres.

Em contra partida, a carga tributária subiria 2% para os mais ricos da população, aumentando de 31,6% para 32,2%. É possível perceber que a tributação se torna mais equânime entre todas as faixas renda. No entanto, a CLP acredita que independente do ganho mensal dessas pessoas, todos ganhariam, uns mais e outros menos, caso a reforma tributária seja aprovada.

Para os mais pobres o ganho seria de 14%, enquanto os mais ricos conseguiriam um rendimento 10% maior. À Folha de S. Paulo, pesquisador Daniel Duque, trouxe informações ainda mais significativas sobre a reforma. Ele acredita que caso o texto seja aprovado seria possível:

Quando a reforma tributária será aprovada?

Como foi dito, o governo Lula deve apresentar dois tipos de reforma tributária. A que trata sobre a unificação dos impostos cobrados sobre o consumo, deve ser aprovada ainda no primeiro semestre desse ano. Enquanto as mudanças em impostos sobre renda e propriedade, ficarão para a segunda fase.

Tudo depende ainda do entendimento dos parlamentares que compõem o Congresso Nacional, e da afinidade que o governo federal tem com esse público. Vale dizer, no entanto, que o texto deve ser tratado como prioridade no governo atual. 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
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