Dólar volta a ficar abaixo de R$ 5 e chama atenção de quem quer viajar. É hora de comprar?

Pontos-chave
  • Dólar abriu a quinta-feira sendo negociado a menos de R$5
  • Entenda o que está causando essa queda e se é um bom momento pra comprar a moeda

O dólar, nesta quinta, 2, abriu o dia em queda, sendo negociado a menos de R$5. A moeda, por volta de 10h30, estava sendo cotada a R$4,95 e atingiu R$4,941 na mínima do dia. Diante dessa queda, vale a pena comprar dólar neste momento? A moeda vai seguir caindo? Saiba abaixo.

Dólar fica abaixo de R$ 5 e chama atenção de quem quer viajar. É hora de comprar? (FDR)

O dólar seguirá caindo?

A moeda poderá sim seguir caindo. O motivo que levou a queda do dólar nesta quinta foi que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, colocou o pé no freio e reduziu o ritmo de alta de juros na véspera.

O Fed elevou a taxa básica de juros nos EUA em 0,25 ponto percentual, para um intervalo de 4,50% a 4,75% ao ano. Na reunião realizada em dezembro do ano passado, a autoridade monetária já tinha diminuído o ritmo de alta, fazendo um ajuste de 0,50 ponto percentual. Antes disso, o Fed tinha realizado quatro altas seguidas de 0,75 ponto.

Por que isso está causando a queda do dólar

Os títulos baseados nos juros americanos são a aplicação mais segura em todo o mundo, de acordo com o que Cristiane Quartaroli, economista Banco Ourinvest, disse ao Uol. 

Caso essa aplicação venha a render menos futuramente, quando os Estados Unidos reduzir mais uma vez os juros, os investidores abandonam o tesouro americano e vão buscar mercados mais rentáveis, como o caso do Brasil. Quando uma quantidade maior de dólar de investidores estrangeiros entra no país, o real se valoriza.

Este movimento deve seguir crescendo. O Banco Central decidiu na primeira reunião do Copom manter a Taxa Selic em 13,75% ao ano.

Outro fator que pode levar o dólar a cair no mundo é a economia da China. A retomada da economia no país leva as empresas braseiras a exportar mais, o que acaba trazendo mais recursos para o Brasil.

Em solo nacional, de acordo com o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, a reeleição de Arthur Lira para comandar a Câmara dos Deputados e de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado também ajudou na queda do dólar.

“O mercado já esperava isso e agora acredita-se que o compromisso de fazer uma reforma tributária pode estar mais perto de se concretizar”, disse Fabrizio ao UOL.

No entanto, o cenário doméstico pode modificar esse movimento de queda. “A cada dia temos uma surpresa, então é difícil cravar que o dólar vai realmente continuar caindo. Tudo vai depender dos gastos do governo”, disse Velloni ao UOL.

Atualmente, a expectativa do mercado financeiro para a taxa de câmbio ao fim de 2023 está em R$ 5,25, de acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central.

É um momento para comprar dólar?

De acordo com Renan Mazzo, diretor de câmbio da SVN Investimentos, mesmo que  a cotação da moeda ainda esteja bem alta, este é sim um bom momento para comprar dólar, tanto para viajar quanto para fazer negócios.

Caso a intenção seja viajar, a dica é ir comprando a moeda aos poucos, uma vez que a tendência é que o dólar siga caindo, sendo possível encontrar cotações melhores.

Para a compra de dólar, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é de 1,10% no papel moeda. No caso do cartão pré-pago ou no cartão de crédito, o tributo sobe para 5,38%. Até o início de 2022, a taxa cobrada era ainda maior, de 6,38%, no entanto ele  será extinto de firma gradual ao longo dos próximos anos, até chegar a zero em janeiro de 2028.

O que esperar para 2023

Na visão de Diego Costa, da B&T, o dólar deve permanecer oscilando no curto prazo. “O Relatório Focus nesta semana manteve sua expectativa em R$ 5,28 para 2023, no entanto a coisa pode mudar muito rapidamente a depender dos próximos passos da política monetária nos EUA e fiscal por aqui”, disse o especialista ao InfoMoney.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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