Um dos principais empresários do Brasil tem este receio envolvendo a reforma tributária

Apesar de demonstrar otimismo com os novos rumos que o Brasil deverá tomar com o novo governo, o empresário Abílio Diniz revelou estar com receio sobre a forma como será realizada a reforma tributária proposta por Lula.

Um dos principais empresários do Brasil tem este receio envolvendo a reforma tributária (imagem: FDR)
Um dos principais empresários do Brasil tem este receio envolvendo a reforma tributária (imagem: FDR)

De acordo com o empresário, a apreensão se dá pela possibilidade do governo petista realizar uma reforma tributária no modelo “Robin Hood”, definida por ele como “tirar dos ricos para dar aos pobres”.

“A tributação de dividendos deve ser feita em cima da pessoa jurídica, para haver compensação. Não sobre a pessoa física. Tenho um pouco de receio de como vão fazer a reforma tributária”, disse.

Atualmente, diversos países tributam dividendos, mas o tema é tratado com complexidade. Segundo especialistas, a ausência de tributação incentiva a distribuição, enquanto a tributação estimula investimentos.

Dono do banco Inter e presidente do conselho da construtora MRV, o empresário Rubens Menin, por sua vez, afirmou que a carga tributária brasileira já é muito alta e caso seja aumentada ainda mais pode incentivar a evasão fiscal.

“A carga tributária no Brasil chegou no limite, não tem mais espaço para subir. Chegou num ponto que começa a ter evasão. Precisa melhorar a carga e a base de arrecadação”, disse.

Menin ainda coloca que não crê na realização de uma forma tributária ampla. Ainda assim, o empresário pensa que dar alguns passos neste sentido é melhor do que deixar as coisas permanecerem como estão.

Apesar de defendida pelos empresários como urgente para o país, eles apontam que a reforma tributária não deverá ser pautada pelo “revanchismo”, segundo Diniz.

“Temos instituições fortes, muito fortes”, argumentou destacando a importância da segurança política para o ambiente de negócios. “Instabilidade política se esquece rapidamente, daqui para frente se precisa de algo tranquilo.”

Reforma tributária e capital Investimento estrangeiro

Menin ainda aponta que do BRICS, grupo composto por economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brasil é quem apresenta o melhor ambiente para o investimento estrangeiro.

“O mundo tem dinheiro e os investidores querem investir. É o trabalho deles”, acrescenta o Diniz, destacando que o presidente Lula é “uma pessoa pragmática”. “Mas não dá para pensar em crescimento só com o estatal. Tem que pensar no capital privado.”

Por fim, os empresários argumentam que é necessário que a taxa de juros comece a ceder ou dê sinais de uma queda próxima para que os investidores sejam atraídos para o ambiente de negócios brasileiro.

“Sou 100% favorável a um Banco Central independente, mas temos juros altíssimos. Raramente tivemos juros iguais a 8%. Isso é muito. Sangra as famílias, as empresas. Juros altos são medicamentos, mas não podem ser muito longos porque acabam matando o paciente”, afirma Menin.

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