À La Americanas? Banco Central tem grave erro nos balanços contábeis

Ontem, 26, o Banco Central, após observar um erro na série histórica do fluxo cambial, revisou o resultado desta conta em 2022, que passou de uma entrada líquida de US$9,574 bilhões de dólares para uma saída de US$3,233 bilhões.

“Por falha na rotina de compilação, nem todos os códigos de natureza cambial que entraram em vigor em outubro de 2021 foram incluídos no processo de apuração das estatísticas de câmbio contratado. Assim, algumas naturezas cambiais foram indevidamente desconsideradas”, disse o BC.

“Pedimos desculpas por essa falha na compilação das estatísticas. Identificamos esse erro, levantamos as causas, revimos os procedimentos e agora fizemos essa revisão. Para 2021, erro foi menor, concentrado nos últimos três meses, mas em 2022 atingiu todo o ano”, disse o BC.

De acordo com a autarquia, este erro aconteceu nas contratações de câmbio para importação, que foram de US$238,1 bilhões de dólares para US$250,2 bilhões de dólares, uma diferença de US$12,8 bilhões depois  da revisão.

Desta forma, o saldo líquido de câmbio contratado no ano caiu nesta mesma proporção. O Banco Central disse ainda que irá adaptar as divulgações do fluxo cambial.

Daqui pra frente, o resultado relativo ao último dia de cada mês só será informado na terceira semana do mês seguinte.

As informações parciais do mercado de câmbio vão continuar sendo reveladas todas as quartas-feiras, no entanto os números ficarão desatualizados já que a nova lei cambial autorizou que operações com valores inferiores de US$50 mil dólares sejam comunicadas apenas no dia 5 do mês seguinte. Essas operações respondem por cerca de 3% do valor total operado.

“As operações abaixo de US$ 50 mil poderão ser informadas a BC em até cinco dias úteis após fim do mês. Essas operações representam cerca de 3% do total. Com isso, a divulgação final de dados mensais ocorrerá na terceira semana do mês subsequente”, disse a autarquia.

Na visão do economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, esta correção nos números não impacta a economia. “Simplesmente, fizeram uma revisão por falha na apuração. O mundo continua girando no seu eixo”, disse ele ao Metrópoles. “Isso não muda em nada a situação interna ou externa.”

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.