O último sábado revelou uma profunda crise nas finanças das Lojas Americanas. No dia 14, a gigante do varejo brasileiro informou que identificou inconsistências contábeis em seus balanços e deixou em aberto a possibilidade de pedir recuperação judicial.
Assim, a decisão sobre o pedido de Tutela de Urgência Cautelar foi realizada na 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, acolhido pelo juiz Paulo Estefan na última sexta-feira (13) e foi anunciada pelas Americanas no último sábado. .
De acordo com o documento, a empresa apontou a necessidade de que sejam feitas correções de algumas inconsistências contábeis, que foram identificadas no último balanço. A estimativa para esse valor gira em torno de R$ 20 bilhões.
A empresa ainda coloca que essas retificações podem alterar os números referentes ao grau de endividamento das Americanas e ao montante colocado como seu capital de giro.
Portanto, essas mudanças podem gerar o descumprimento de contratos, além do vencimento antecipado e imediato de dívidas. Por isso, de acordo com o documento de tutela, as dívidas das Americanas podem chegar a mais de R$ 40 bilhões.
Por isso, a decisão judicial realizada no sábado determina a interrupção das cláusulas contratuais que gerem o pagamento antecipado de dívidas da empresa e a incidência de juros durante esse período. Além disso, o documento solicita que os valores recebidos pelos credores por causa desse assunto seja devolvido à empresa.
O documento ainda coloca que a Americanas terá um prazo de 30 dias para que seu balanço seja avaliado e, caso necessário, solicite a recuperação judicial juntamente à Vara Empresarial.
O que aconteceu com as Americanas?
Os problemas das Americanas começaram a alarmar o mercado financeiro na última quinta-feira (12), quando as ações da empresa despencaram na bolsa de valores. Portanto, ao fim do pregão, a queda foi de 77,33%.
Isso aconteceu após a publicação do comunicado em que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões.
Na prática, as inconsistências significam que a administração das Americanas percebeu que valores bilionários, referentes aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores, não estavam sendo registrados de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa.