Após os problemas contábeis na Americanas, concorrentes declaram como estão suas situações

Após a polêmica da Americanas na última quarta, 11, o comando das suas concorrentes no varejo, Via e Magalu, gastaram boa parte do dia contatando bancos e seguradoras de crédito para tirar as dúvidas a respeito da contabilidade de “risco sacado”, foco principal do problema com a Americanas. No entanto, ao fim do dia, o medo foi passando.

No entanto, de acordo com o site Valor, existe ainda um receio entre os investidores e gestores de que o risco suba ao mercado, fazendo com que fornecedores revejam as condições de crédito ofertadas para as varejistas. 

O medo é também que as seguradoras de crédito, muito importantes nas operações de garantia para a indústria, fiquem mais cautelosas para conceder linhas ao varejo. “Há uma cautela sobre como ficará esse cenário. A seguradora estrangeira vai ficar mais atenta, e tudo indica que vão aprofundar mais análise de determinados critérios. É difícil isolar totalmente essa desconfiança gerada com a Americanas”, disse ao Valor Investe, um gestor que possui papéis de varejistas.

Na manhã de quinta, aconteceu uma queda geral do setor varejista listado na Bolsa no período da manhã, puxada pela situação da Americanas. As ações de Magazine Luiza cresceram 5,28%, após uma queda de mais de 9%, e a Via fechou o dia em queda de 5,38%, após despencar cerca de 14%. A Americanas teve uma perda assustadora de 77%, diante da perda de R$ 8,4 bilhões em valor de mercado em apenas um dia.

De acordo com o Valor, a Via, proprietária de empresas como Casas Bahia, comunicou aos bancos e seguradoras que os seus dados sobre “risco sacado” constam em notas explicativas das demonstrações financeiras, e desde o ano de 2015, é reportada na linha apartada da conta de fornecedores, em “fornecedores convênio”. Em setembro de 2022, eram R$ 2,5 bilhões, ante R$ 1,9 bilhão ao fim do ano anterior.

Já nas notas explicativas do Magazine Luiza, a companhia não cita o item “convênio” na linha “fornecedores”. No entanto, nas notas explicativas, a empresa explica que mantém convênios com bancos parceiros como forma de estruturar com os seus fornecedores centrais a operação de antecipação de seus recebíveis. Porém,  segundo o Valor, é uma operação basicamente mercantil, com prazos bem inferiores do que as transações da Americanas. As despesas financeiras seriam imateriais.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.