Caso Americanas: Como ficam os fundos imobiliários com espaços locados para a varejista?

A situação atual da Americanas vem sendo acompanhada de perto pelo mercado de fundos mobiliários. Ao menos sete FIIs possuem alguma relação com a companhia e esperam para conferir o tamanho real da situação para prever os reflexos em suas operações das carteiras. 

Na última quarta, 11, a Americanas comunicou a detecção de inconsistências contábeis da ordem de R$20 bilhões ligadas à conta de fornecedores. Diante dessa situação, Sérgio Rial, presidente-executivo, deixou a companhia.

Na visão do head em pesquisas de fundos imobiliários da Suno Research, Marcos Baroni, esta situação é sempre desconfortável e os fundos podem sofrer de alguma maneira. Mas, ele projeta um impacto pequeno por conta da pouca relevância da Americanas no segmento na B3, onde existem cerca de 450 FIIs listados.

No entanto, de forma individual, algumas carteiras possuem uma participação significativa das Americanas em seu portifólio, como por exemplo, o GGR Covepi (GGRC11), que aluga para a empresa um galpão logístico localizado em Uberlândia, no estado de Minas Gerais.

Segundo informações do mais recente relatório gerencial divulgado pelo fundo, este galpão possui 89 mil metros quadrados, por volta de 24% da área bruta locável (ABL) total da carteira. O vínculo atual tem previsão de vencimento em setembro de 2027.

Na liderança entre as maiores perdas desta quinta, 12, estavam as cotas do GGRC11, com uma queda de cerca de 2%.

Para Rodrigo Medeiros, analista e especialista em fundos imobiliários, este caso não chega a ser motivo de preocupação. Ele afirma que, na pior das hipóteses, a companhia irá devolver os imóveis locados para os FIIs.

“Perdem-se alguns meses de aluguéis, mas não se perde o patrimônio. Esta é a beleza dos fundos imobiliários”, disse ele através de suas redes sociais, ao falar sobre a segurança que o produto traz ao investidor.

Baroni concorda com essa afirmação de Medeiros e afirma que aqueles que investem em FIIs  devem ter esta interpretação em casos como o enfrentado pela Americanas. “O risco de crédito de um locatário é muito importante para um fundo imobiliário, porém não é a essência. “A essência é o valor implícito imobiliário (dos imóveis), que vai desde localização, padrão construtivo e atratividade dos espaços”, disse ele ao InfoMoney.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.