Surpreendente: Ações da Americanas (AMER3) têm queda de 76%. O que aconteceu?

Nesta quinta, 12, as ações da Americanas abriram o dia em queda de 76,25%, um dia depois da companhia divulgar inconsistências contábeis de R$20 bilhões. Às 14h20, os papéis da empresa estavam avaliados em R$2,85, ante R$12 registrados na quarta. 

Diante disso, Sérgio Rial se demitiu do cargo de CEO da Americanas, assim como André Covre, diretor de relações com investidores. 

Fora este rombo bilionário, o fato relevante da empresa varejista que foi publicado na última quarta, 11, não dá detalhes das razões que causaram este rombo nas contas. Os investidores também reagiram a saída dos dois executivos que são bem-avaliados no mercado financeiro. Os dois profissionais assumiram seus postos no início do ano.

Segio Rial atuou como presidente do Santander Brasil entre os anos de 2016 a 2021. Ele foi anunciado para liderar a Americanas em agosto do ano passado, porém só assumiu a presidência no último dia 2 de janeiro.

Já Andre Covre assumiu a direção financeira e de relação com investidores da empresa também neste ano. Diante das saídas as, o Conselho de Administração nomeou o executivo João Guerra para ocupar os 2 cargos de forma interina.

É determinado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que haja um auditor independente para verificar os balanços. Desde outubro de 2019, a PwC Brasil passou a ter essa função, substituindo  à KPMG. A empresa aprovou os balanços da Americanas sem ressalva em 2021.

Sérgio Rial disse através de um vídeo que assumiu o cargo no dia 2 de janeiro e que não é capaz de responder todas as perguntas sobre as inconsistências, mas que irá auxiliar a empresa, mesmo estando de fora. Disse ainda que não é um tema só de 2022, mas de “vários anos passados”. 

Rial afirmou ainda que existem problemáticas no risco-sacado, que também é conhecido por adiantamento aos fornecedores ou confirme. “Nada mais é que a presença do banco na estrutura de financiamento na conta fornecedor da empresa. […] Eu percebo que boa parte dessa conta-fornecedor das Americanas era, essencialmente, dívida bancária, que, portanto, terá que ser recatalogada como tal. Obviamente, a ser chancelada pela auditoria externa”, disse ele no vídeo.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.