Relembre o caso do ex-Ministro que precisou reembolsar gasto do cartão corporativo com tapioca

Diante da queda do sigilo de 100 anos sobre as informações do Cartão de Pagamento do Governo Federal, conhecido popularmente como cartão corporativo, estão sendo abertos ao público as despesas da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo dados revelados, foram gastos mais de R$27,6 milhões, entre doces, decoração, viagens, cosméticos, entre outras coisas. Isto trouxe novamente a tona uma polêmica de 2007 sobre o pagamento de uma tapioca no cartão corporativo.

No ano de 2007, ainda no segundo mandato de Lula como presidente da República, o ministro do Esporte da época, Orlando Silva, utilizou o cartão para pagar uma tapioca que custou R$8,30. Ele alegou que se enganou no momento de fazer o pagamento e que devolveu o dinheiro logo na sequência.

Silva também disse que decidiu ressarcir o valor total de seus gastos com o cartão corporativo entre os anos de 2006 e 2007 para a União, R$34.379,37. de acordo com ele, o dinheiro foi retirado de sua própria poupança e pago em três parcelas.

Já em fevereiro de 2008, durante a CPI dos Cartões Corporativos, o ministro negou que tenha utilizado os cartões de pagamento do governo para gastos pessoais. Ele afirmou que seus gastos apontados como “irregulares” foram realizados em compromissos oficiais do ministério.

Fora o valor da tapioca, Orlando ainda foi acusado de gastar R$ 20.112, com o cartão para pagar  diárias e alimentação. Ele teria usado o cartão para pagar diárias em um hotel quatro estrelas em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde esteve hospedado em um final de semana juntamente com a mulher, da filha e uma babá. 

Ele assumiu na CPI que realmente ficou neste hotel com a família, mas negou que estava de folga no período. Ele alegou que a presença da mulher foi necessária para seguir o protocolo da agenda oficial que cumpriu no Rio de Janeiro.

De acordo com o decreto 5.355 de 25 de janeiro de 2005, o Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF) é de uso dos “órgãos e entidades da administração pública federal integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social”, sendo voltado para efetuar pagamentos das “despesas realizadas com compra de material e prestação de serviços”.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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