Atos em Brasília: Advogados oferecem serviço especial para os presos por este valor

Nesta segunda, 9, em Brasília, era a grande a movimentação nos corredores da Academia da Polícia Federal. Após um grupo de advogados ser conduzido para uma sala, a PF autorizou a conversa entre os profissionais e primeiras pessoas detidas após participação nos atos terroristas do fim de semana.

Foi dada prioridade aos idosos que estão detidos na unidade de Sobradinho, localizada no entorno de Brasília. Os profissionais tentaram fazer grupos de pessoas de acordo com cidades ou Estados. Os golpistas se surpreenderam ao descobrir que estavam detidos e que seriam levados para o Complexo Penitenciário da Papuda, prisão falsa por abrigar nomes da corrupção na política.

Um advogado que estava cercado de um grupo de golpistas perguntava “Eu preciso que, agora, vocês se atenham à prisão. Vocês têm advogados? Já constituíram advogados?”, solicitando a uma auxiliar que pegasse um papel e uma caneta para anotar nomes e dados pessoais dos possíveis clientes.

Ao ser questionado sobre o valor cobrado por um dos detidos, o advogado disse: “Eu faço por R$ 1 mil o acompanhamento da oitiva (depoimento) e da briga pela audiência de custódia”.

Chegou um momento que um advogado e discutiu com outra advogada sobre a maneira de agir neste caso e na abordagem aos detidos. Ao perceber que esta forma de contas nos corredores não estava dando certo, levou os quase 50 advogados para uma sala para que a situação fosse normalizada.

No local, estão detidas cerca de 1,5 mil pessoas. A Polícia Federal tentava organizar o atendimento judicial aos grupos e a quem tivesse interesse.

Entre as preocupações dos detidos era para qual local da cadeia da Papuda eles seriam levados. Foi dito por um dos advogados que eles não ficariam juntos de outros presos. “Vocês vão ficar na Papuda. É uma área especial, uma área custodiada, chamada quarentena, que é para quem ainda vai fazer audiência de custódia”, disse ele, de acordo com o Estadão. “É um hotelzinho de porta fechada. Não é uma ala perigosa.”

Alguns detidos começaram a chorar, ao saber dos crimes potenciais que podem ter que responder. Foi relatado por advogados acusações ligadas aos crimes da lei antiterrorismo e crimes de dano e de associação criminosa, além da “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, e de tentativa de golpe de Estado, todos previstos no Código Penal.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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