Quer ganhar dinheiro investindo em 2023? Siga estes passos

Pontos-chave
  • Selic deve permanecer em alta neste ano
  • Renda fixa tem tudo para seguir sendo o investimento da vez

O Banco Central iniciou em março de 2021, o processo de subida da Selic, a taxa básica de juros.  Daquele momento até agora, a taxa saiu de 2% ao ano, seu patamar mais baixo, para os atuais 13,75%, patamar renovado na última reunião do Copom no ano passado. Diante de um cenário de inflação em alta no mundo todo e de incertezas políticas, a projeção é que os juros não diminuam brevemente.

Com isso, existem enormes chances de 2023 ser mais um ano voltado para a renda fixa, em que prevalecem os investimentos em papéis mais conservadores.

No início do ano passado, a taxa Selic subiu de 9,25% para 10,75% ao ano. Do decorrer do ano, a taxa básica de juros foi passando por novas altas e atingiu os 13,75% atuais. Este movimento causou duas mudanças centrais. Por um lado os empréstimos ficaram mais caros, já por outro, os investimentos de renda fixa se tornaram mais atrativos. Isso aconteceu pois grande parte deles possuem seus rendimentos atrelados à Selic. Desta forma, quanto mais alta a taxa fica, mais eles rendem.

Na visão de analistas, a taxa Selic não deve ceder no curto prazo. Alguns até acreditam que ela pode subir ainda mais no início deste ano. Este sentimento é provocado pela incerteza gerada pelo início de um novo governo e de como será conduzida a questão fiscal.

“Não dá para cravar o que vai acontecer com a Selic porque ainda não sabemos o caminho que 2023 vai seguir, especialmente diante de novo governo. Mas a perspectiva que temos é que um corte de juros deve vir só a partir do segundo semestre de 2023, mas ainda fechamos o ano com a Selic em dois dígitos”, disse ao Valor Investe, Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos.

De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, é esperado que a Selic termine este ano em 11,75% ao ano.

Se este cenário realmente se mostrar real, os investidores que aplicarem am algum ativo que acompanhe a Selic, obterá uma rentabilidade real positiva. Isto quer dizer, na prática, que a aplicação renderá acima da inflação, assegurando o poder de compra do investidor e aumentando seu patrimônio.

Os ganhos reais com a renda fixa já é uma realidade desde o ano passado, mesmo com a alta da inflação. Em 2022, a inflação medida pelo IPCA estava acumulada em 5,26% até o dia 6 de dezembro. A taxa Selic, por sua vez, estava acumulada em 11,37% no mesmo período e a poupança 9,48%, segundo a regra antiga (para valores depositados até maio de 2012, na chamada “velha poupança”) e 7,90% na “nova poupança”. Já o IMA-B, por sua vez,  índice que é formado por todos os títulos públicos indexados ao IPCA (com e sem juros semestrais), teve alta de 5,55% no mesmo período.

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No que investir em 2023

Mesmo com a previsão dos analistas de um ano incerto por conta do cenário atual, é um consenso de que ao menos no primeiro semestre de 2023 os juros devem seguir altos. Por conta disso, o ano novo permanece no caminho de 2022, permanecendo como “ano da renda fixa”. Porém, a seleção dos papéis necessita de atenção por parte dos investidores.

Ao valor Investe, Vinícius Romano, especialista da Renda Fixa da Suno Research, disse que é necessário dividir os ativos entre os prefixados, pós-fixados e os atrelados à inflação antes de selecionar um.

Na visão dele, os ativos pós-fixados (aqueles títulos com a remuneração ligada à taxa básica de juros ou ao CDI), foram “os mais beneficiados por conta de todo o aumento dos juros” que, segundo ele, aconteceu “de forma forte e em pouco tempo”.

O especialista diz que diante das projeções de que a Selic siga em alta, são grandes as chances de que esses ativos sigam dando rendimentos reais aos investidores.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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