Bolsa de Valores teve desempenho pior que o da Poupança em 2022. Entenda o que aconteceu

O Ibovespa não conseguiu superar a inflação em um ano abalado pela eleições presidenciais e pela guerra na Ucrânia. Ao longo dos 12 meses de 2022, aqueles que fizeram investimentos na carteira perderam até mesmo para a poupança.

O índice mais importante da B3 fechou este ano com uma valorização acumulada de 4,69%, ficando abaixo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,9% até o mês passado, e da Poupança, que tem um retorno acumulado de 7,9%.

Os números citados acima representam um fim de ano cheio de momentos excepcionais e frustrações no mercado. “A renda variável foi o grande lamento do investidor no ano. Muitas quedas e perdas foram constatadas”, disse ao Estadão o sócio da Matriz Capital, Fabiano Braun.

O Ibovespa conseguiu se descolar do exterior ao longo do primeiro semestre e cresceu 14%. A trajetória da bolsa nacional não foi abalada nem mesmo pelo conflito entre a Rússia e Ucrânia, que começou em fevereiro. Naquele momento, o entendimento era de que o País estava se beneficiando do acontecido.

Também cresceu o fluxo de investimento exterior. Apenas entre os meses de janeiro e março, os investidores estrangeiros injetaram R$69 bilhões no Brasil. A guerra também provocou um aumento no preço das commodities.

“A guerra entre Ucrânia e Rússia manteve o petróleo muito alto ao longo do ano, sempre acima dos US$ 70 o barril, em alguns momentos chegando a negociar até acima dos US$ 100″, disse ao Estadão João Abdouni, analista da Inv. O reflexo desse movimento pode ser conferido na alta de 80% nas ações da Prio, de acordo com um levantamento da Ágora Investimentos.

O petróleo também esteve em alta e beneficiou as ações da Petrobras, a principal estatal do país. As papéis da petroleira cresceram 47,2% ao ano. A valorização só não foi mais alta pois após o fim das eleições presidenciais os papéis vem sofrendo.

“Apesar dessa forte alta, as ações devem apresentar maior volatilidade no curto prazo em função das incertezas geradas com possíveis mudanças nas diretrizes da companhia, com eventual revisão do plano de investimentos, política de distribuição dos dividendos, entre outros”, destacou  a Ágora ao Estadão.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.