Uma das maiores empresas de mineração de criptomoedas iniciou seu processo de falência na última quarta-feira. Trata-se da Core Scientific, corporação de capital aberto dos Estados Unidos, que entrou com pedido de recuperação judicial após a crise iniciada pelo colapso que vem gerando queda nos preços das moedas digitais.
Segundo especialistas, mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,2 trilhões) em criptomoedas foram eliminadas em 2022 devido ao aumento das taxas de juros e ao agravamento da crise de confiança com o setor, que ainda tem de lidar com as preocupações de investidores sobre recessão.
Dessa forma, a atual crise já eliminou alguns dos principais nomes do setor de criptomoedas, como o fundo Three Arrows Capital, o banco Celsius Network e a corretora FTX.
Inclusive, o Bitcoin, moeda digital mais popular do planeta, já perdeu mais de 60% do seu valor neste ano, o que vem pressionado os mineradores de criptomoedas em todo o mundo. Vale lembrar que as criptomoedas viveram um momento muito bom entre 2020 e 2021, com o seu preço aumentando vertiginosamente.
Desvalorização das criptomoedas leva empresa ao colapso
No seu comunicado sobre o pedido de proteção judicial, a Core Scientific alegou que a medida foi necessária por conta de um declínio em seu desempenho operacional e na liquidez da empresa em meio à queda prolongada no preço dos bitcoins.
Dessa forma, as ações da empresa já registram uma desvalorização de aproximadamente 98% em 2022. Portanto, agora, a empresa tem valor de mercado estimado em US$ 78 milhões (R$ 405,8 milhões).
Acompanhando o movimento do setor, as ações de outras mineradoras de criptomoedas, como a Riot Blockchain, a Marathon Digital e a Hut 8 Mining Corp já caíram mais de 80% este ano.
Ainda em seu comunicado de falência, a Core Scientific informou que seus credores concordaram em fornecer US$ 56 milhões (R$ 291,3 milhões) em financiamento para uma tentativa de recuperação da mineradora.
Entre os maiores credores da Core Scientific, a B. Riley Financial, ofereceu um aporte financeiro de US$ 72 milhões (R$ 374,6 milhões) no início de dezembro para evitar a falência da mineradora de bitcoin.
De acordo com os dados apresentados à Justiça norte-americana para o pedido de falência, a Core Scientific afirmou que possui entre US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) e US$ 10 bilhões (R$ 52 bilhões) em débitos ativos e passivos com milhares de credores.