Os últimos meses do ano costumam ser o melhor período para empresas varejistas de seguimentos como eletrodomésticos, roupas, e consumo essencial. Datas como Black Friday, Natal e Ano Novo geralmente fazem as pessoas comprarem mais. Neste ano, pela primeira vez, a Copa do Mundo acontecerá neste período e isto está dividindo a visão dos analistas.
Normalmente, a Copa do Mundo tende a fazer com as pessoas compareçam mais as lojas varejistas. Compras de televisores, camisetas de seleções e ainda gastos com supermercados são comuns.
No entanto, um analista procurado pelo InfoMoney definiu este período de fim de ano para as varejistas como “incerto”. “Se for olhar o calendário do final de ano, o primeiro jogo do Brasil na Copa é na véspera da Black Friday. O segundo jogo vai ser na Cyber Monday. O cenário, então, está incerto”, disse ele ao InfoMoney.
Na visão do profissional, existem dois fatores centrais que prejudicam a previsão de fim de ano para empresas como Magalu, Via e Americanas: o comprometimento de renda e o menor número de pessoas na rua em meio aos jogos.
“A pessoa que compraria uma TV no meio do ano, por conta da Copa, esse ano talvez não compre. Talvez ela espere a Black Friday. Mas talvez a compra da Black Friday pode ficar comprometida porque ela adquiriu a TV um pouco antes, para os jogos”, contextualizou o analista.
Casos existisse um espaço maior de tempo entre a Copa e a Back Friday, isto teoricamente daria tempo para os consumidores “se recuperarem”das compras feitas para o torneio.
Também é possível que durante o período de Copa do Mundo, as pessoas gastem mais indo a bares e demais experiências. “Conversamos, há pouco tempo, com alguns players do varejo. Um deles falou que, há algum tempo, o principal concorrente dele está sendo a CVC Brasil (CVCB3). As pessoas estão gastando mais com viagens e experiências do que em bens de consumo e a Copa do Mundo pode intensificar isso”, disse o profissional ao InfoMoney.
Quem pode se beneficiar mais com este cenário é o comércio essencial, como os supermercados. “A participação dos setores nos gastos dos consumidores está mais turva. As pessoas estão gastando mais com serviços, experiências, bares. E isso pode se fortalecer durante a Copa“, finalizou o analista ao InfoMoney.