O Brasil se distanciou do topo do ranking de inflação entre as grandes economias do mundo. Em setembro, o país melhorou para o oitavo lugar. Na listagem mais recente, foram levados em conta os índices de agosto. Os números foram compilados pela Bloomberg.
No levantamento anterior, realizado em agosto, o Brasil ocupava a quarta colocação. O ranking de inflação, compilado pela Bloomberg, conta com 23 países com grande economia.
No acumulado em 12 meses até agosto, a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou aumento de 8,73%.
Atualmente, o país com a maior inflação na lista é a Turquia, com variação de 80,2%. Em seguida, aparecem a Argentina (69,2%) e a Rússia (14,3%).
Outras grandes nações também apresentam inflação acima do Brasil. Este é o caso do Reino Unido (9,9%), Itália (9,1%) e Alemanha (8,8%).
Fatores que contribuíram para a melhora do Brasil no ranking de inflação
Algumas razões explicam a melhora do país sul-americano no ranking de inflação. O primeiro motivo é a desaceleração do IPCA. Mesmo que a inflação acumulada em 12 meses até agosto tenha sido alta, ficou abaixo do registrado no mês anterior — de 10,07%.
Tanto em julho quanto agosto, o Brasil registrou inflação negativa. Em julho, houve variação negativa de 0,68%. Esta foi a menor taxa da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já em agosto, o país registrou deflação de 0,36%. O resultado foi influenciado pela queda nos preços dos combustíveis. No oitavo mês do ano, o valor da gasolina caiu 11,64%.
Outro fator que puxou o Brasil para baixo no ranking foi o crescimento da inflação em grandes países da Europa. No período de 12 meses até agosto, a Zona do Euro registrou aumento de 9,1% na inflação. Este foi o maior indicador desde 1999, quando surgiu o euro.
Na avaliação de especialistas consultados pela Bloomberg, a melhora do Brasil no ranking acontece devido à atuação do Banco Central. A autoridade monetária passou a aumentar a taxa básica de juros, a Selic, com antecedência.
Outra razão, segundo eles, foram as medidas do governo para o corte dos valores dos combustíveis. Em junho, o presidente Jair Bolsonaro sancionou uma medida que limita a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre itens como gasolina e diesel.