A gigante holandesa Prosus firmou um acordo para comprar a participação restante de 33,3% do iFood, que pertencia ao acionista minoritário Just Eat Takeaway. Diante deste negócio, a empresa de delivery de comida passará a ter apenas um dono.
A Movile, afiliada da Prosus, poderá pagar até R$ 9,4 bilhões. Deste total, R$ 7,8 bilhões são pela participação da Just Eat no iFood. Também há um potencial adicional de R$ 1,6 bilhão, que dependerá dos resultados da empresa nos próximos 12 meses.
Em meio à desaceleração na demanda do consumidor, a Just Eat foi afetada. No primeiro semestre deste ano, a companhia teve uma perda de 7% nas solicitações de alimentos via delivery, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em 2021, as ações da Just Eat desvalorizaram quase 80%. Segundo apurado pelo Financial Times, os investidores chegaram a pressionar a companhia a vender os ativos — de forma a elevar a confiança dos acionistas.
Por meio da empresa brasileira de internet Movile, a Prosus tinha elevado a participação no iFood para 67%. As negociações para obter os 33% restantes iniciaram em 2020.
A Prosus, que tem no portfólio companhias como iFood e Movile, é um conglomerado multinacional da Holanda. A empresa é a divisão internacional de ativos de internet da multinacional da África do Sul, a Naspers. O grupo de investimento global está entre os grandes investidores de tecnologia do mundo.
Objetivos futuros do iFood
Em comunicado, o iFood informa que busca progredir na agenda de digitalização da cadeia de alimentos. Com isso, a empresa visa, cada vez mais, conectar consumidores, restaurantes e entregadores.
Diante do ambiente mais competitivo, o fundador da Movile, Fabricio Bloisi, afrima que “o investimento da Movile reforça que seguimos no caminho certo e que estamos fazendo a diferença como empresa brasileira de tecnologia referência em delivery online na global e em impacto no ecossistema”.
Em 2013, o iFood recebeu o primeiro investimento da Movile. Após isso, a empresa de delivery realizou forte aplicação em tecnologia. O objetivo foi de desenvolver um ecossistema que envolve, atualmente, aproximadamente 330 mil estabelecimentos parceiros (entre restaurantes e mercado).
O ecossistema do iFood ainda possui 200 mil entregadores e mais de 40 milhões de consumidores. Por mês, são realizados 70 milhões de pedidos — em 1,7 mil estados brasileiros. A empresa informa que este patamar “coloca o iFood entre os maiores do mundo no setor”.
O executivo ainda revela o desejo de seguir oferecendo a melhor oferta para os consumidores, além de melhor experiência para os entregadores e melhor serviços para os parceiros.
“Isso só é possível por meio de fortes investimentos em tecnologia e ouvindo os anseios de todos os nossos públicos”, declara Fabrício.
