Dados do boletim Salariômetro mostraram que o salário do brasileiro está 70% abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A proporção de reajustes semelhantes ao índice ficou em 4,4% e a de ajustes superiores chegou a 25,3%.
O salário médio do brasileiro identificado no balanço realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), fica entre R$ 1.441 e R$ 1.476. No mês de julho, foram feitos 70 acordos e 21 convenções.
De acordo com o informativo, no mês passado, o reajuste de salário ficou 41,3% acima do INPC. Este foi o maior percentual dos últimos 12 meses, enquanto o ajuste mediano ficou igual ao INPC acumulado.
Lembrando que, o salário mínimo em vigor é de R$ 1.212. Com a alta da inflação na casa dos dois dígitos, o poder de compra do trabalhador que recebe apenas o piso nacional foi drasticamente reduzido. Isso porque, a renda não acompanha o encarecimento de produtos e serviços essenciais no dia-a-dia.
Salário ideal para o brasileiro
Periodicamente o Dieese tem o costume de fazer um cálculo específico com base na cesta básica mais cara do país, desta vez, a de São Paulo. Ele mostra qual seria o salário mínimo ideal com poder de comprar para arcar com todas as despesas de um trabalhador.
Neste cenário hipotético é considerada uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças. Leva-se em conta despesas com moradia, alimentação, saúde, educação, transporte, lazer e previdência.
Para viver relativamente bem e sem dificuldades extremas para custear todos estes gastos, seria necessário receber um salário mínimo de R$ 6.535,40 ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
Proposta de salário para 2023
O Governo Federal atualizou a proposta que compõe a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O texto faz uma nova sugestão de salário mínimo em 2023, que se aprovado, pode ser de R$ 1.294.
O salário mínimo em 2023 tem foco apenas em evitar as perdas inflacionárias. Na prática, os trabalhadores seguem sem um ganho real com a alteração do valor. O reajuste costuma ser feito com base na estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A definição deste valor foi baseada considerando uma inflação de 3,3% combinada a um PIB de 2,5%. Se o piso for aprovado, o teto de gastos anual será corrigido de acordo com a inflação.
A estimativa é para que haja uma folga de R$ 108 bilhões no Orçamento anual, mesmo diante da possibilidade de as contas públicas fecharem o ano no vermelho em R$ 65 bilhões.