Em maio, as vendas do varejo cresceram 0,1% em relação a abril. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (13). Apesar da alta recente, o resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado.
O volume de vendas no varejo subiu pelo quinto mês consecutivo. No entanto, este foi o pior desempenho do indicador neste ano. Nos meses anteriores, as altas tinham sido de 0,8% em abril; 1,4% em março; 1,4% em fevereiro; e 2,3% em janeiro.
No acumulado neste ano, as vendas do varejo registram crescimento de 1,8%. Por outro ao considerar os últimos 12 meses, o indicador apresenta queda de 0,4%.
O gerente da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), Cristiano Santos, informa que “este resultado monstra um cenário de estabilidade na passagem de abril para maio”.
De qualquer modo, ele destacou a desaceleração das taxas. Em meio a isso, Santos afirma que “observamos uma retomada no comércio varejista, mas que vem de uma base baixa, dezembro, e sempre fazendo um acúmulo menos intenso ao longo desses meses”.
Entre as oito atividades pesquisadas pelo IBGE, seis registraram taxas positivas em maio. O principal aumento foi de Livros, jornais, revistas e papelaria (5,5%).
Em termos de influência, os destaques positivos foram os setores de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,6%) e Tecidos, vestiário e calçados (3,5%).
Por outro lado, os destaques negativos foram de Móveis e eletrodomésticos (-3,0%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,2%).
Varejo tem crescimento abaixo do esperado
Apesar do crescimento, o volume de vendas no varejo ficou abaixo da mediana das previsões coletadas pelo Valor Data, de um crescimento de 1%. Para o levantamento foram consideradas as perspectivas de 33 consultorias e instituições financeiras.
Ao Valor, a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, reconhece que o indicador ficou abaixo do esperado pelo mercado. Apesar disso, ela destaca que, o analisar os dados mais detalhadamente, é possível observar que, mesmo assim, o resultado foi positivo.
O motivo disso é porque o aumento foi disseminado entre a grande parte dos segmentos varejistas, com poucas quedas. Além disso, essa elevação manteve a continuidade observada desde o início do ano.