Alta da inflação faz consumidor brasileiro perceber a alta do leite, gasolina, passagem aérea e outros itens. A taxa de junho atingiu 11,89% no acumulado dos últimos 12 meses até junho, de acordo com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE na última sexta-feira (8).
Ainda segundo o levantamento, a alta dos preços em todo país atingiu cerca de 67% dos 360 produtos e serviços analisados pelo IBGE. O impacto da inflação atinge desde itens mais dispensáveis, até itens que compõem a cesta básica.
Inflação faz preços de produtos subirem no Brasil
Entre as maiores disparadas dos últimos 12 meses estão a passagem aérea, liderando com um aumento de 122,40%, na sequência aparece o pepino com 95,81% e a cenoura com 83,99% de alta nos preços. Os alimentos continuam sendo os produtos que mais encareceram no acumulado do último ano.
O brasileiro viu também encarecer nos últimos meses o serviço de carona de aplicativo, a alta se explica diante do encarecimento dos combustíveis. Em junho, o diesel apresentou aumento de 56,36% nos últimos meses.
Diante da medida do governo federal adotada pela maioria dos estados de zerar a alíquota geral do ICMS sobre os combustíveis, foi notada a redução, após a alta de junho.
Levantamento aponta aumento dos preços dos produtos no Brasil
Junho foi o décimo mês seguido em que a inflação anual se apresenta acima dos dois dígitos, além de duas vezes acima do teto da meta oficial para 2022. Os dados revelam ainda que essa foi a primeira vez em quase 20 anos, que o Brasil enfrenta uma sequência tão longa de inflação superior a 10%, o último registro foi entre o período de novembro de 2002 e novembro de 2003.
E os números são refletidos na prateleira do mercado, ou no pagamento de serviços, que afetam sempre o mesmo lugar, o bolso do consumidor.
Confira abaixo os 50 itens que mais subiram nos últimos 12 meses até junho:
As informações divulgadas pelo IBGE são do IPCA, que considera a inflação oficial do país.
- Passagem aérea: 122,40%
- Pepino: 95,81%
- Cenoura: 83,99%
- Abobrinha: 82,99%
- Melão: 78,37%
- Batata-inglesa: 76,01%
- Morango: 75,03%
- Mamão: 74,55%
- Tomate: 67,04%
- Transporte por aplicativo: 62,56%
- Café moído: 61,83%
- Cebola: 60,39%
- Óleo diesel: 56,36%
- Pimentão: 48,96%
- Manga: 46,52%
- Seguro voluntário de veículo: 40,18%
- Maracujá: 38,31%
- Leite longa vida: 37,61%
- Mandioca (aipim): 35,48%
- Repolho: 35,23%
- Gás veicular: 34,97%
- Alface: 34,20%
- Melancia: 31,18%
- Couve: 30,23%
- Brócolis: 30,16%
- Farinha de trigo: 29,74%
- Banana-da-terra: 29,72%
- Feijão-carioca (rajado): 29,61%
- Banana-d’água: 29,42%
- Óleo de soja: 29,34%
- Tangerina: 28,51%
- Açúcar refinado: 28,35%
- Maionese: 27,96%
- Móvel para copa e cozinha: 27,83%
- Gasolina: 26,93%
- Gás encanado: 26,89%
- Gás de botijão: 26,88%
- Maçã: 26,74%
- Açúcar cristal: 26,58%
- Revista: 26,38%
- Banana-prata: 26,27%
- Sabonete: 25,62%
- Milho (em grão): 25,46%
- Macarrão instantâneo: 25,40%
- Margarina: 25,12%
- Fogão: 25,03%
- Pacote turístico: 24,61%
- Laranja-lima: 24,33%
- Tinta: 23,96%
- Móvel para sala: 23,63%
Fonte: IBGE
Inflação no Brasil em junho
A variação da inflação registrada no país pelo IPCA no mês de junho foi de 0,67%, a taxa fica 0,20 ponto percentual (p.p.) acima da taxa da marca de maio, quando foi registrado 0,47%.
A taxa anual do IPCA acumula alta de 5,49% e, nos últimos 12 meses, de 11,89%, uma crescente, se mostrando acima dos 11,73% observados nos 12 meses anteriores registrado em maio. Em comparação com junho de 2021, a variação se mostra também em alta, visto que no mês seis do ano passado havia sido registrada a variação de 0,53%.
O estudo do IPCA analisa nove grupos de produtos e serviços, e diante dos últimos registros de junho, todos os setores tiveram variação positiva. A maior variação foi do grupo vestuário, com uma alta de 1,67% e 0,07 p.p. de contribuição. Quanto ao maior impacto, com 0,17 p.p., foi na categoria alimentação e bebidas, com 0,80%.
O governo lança medidas no intuito de reverter o crescimento da inflação e conter seus impactos. Apesar disso, o Banco Central já admitiu a impossibilidade de cumprir com a meta de inflação para o ano estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,5%. O ano de 2022 será o segundo ano seguido que o país descumprirá com a meta.
De acordo com o mercado financeiro, o IPCA deste ano deve ficar entre as marcas de 8,89% e 7,96% de acordo com projeção realizada pelo boletim Focus, divulgado recentemente. A segunda metade do ano deve ser de desaceleração da inflação, sendo o período que as medidas como a redução do ICMS sobre os combustíveis, passam a surtir efeito.