Atualmente, a Argentina vem enfrentando uma forte crise econômica, que afeta o cotidiano da população. Na última terça-feira (5), lojas de comércio do popular bairro Once, em Buenos Aires, passaram a vender os produtos por valores 20% mais caros. A informação foi apurada pelo Estadão.
Nessas lojas do bairro da Argentina, os preços maiores estavam estampados em cartazes nas vitrines. Isso aconteceu porque empresários não sabem quanto cobrar de seus clientes, em meio à crise econômica atual.
O porta-voz da Confederação Argentina da Média Empresa (Came), Salvador Femenia, afirmou que ninguém saiba se o dólar aumentaria ou se faltaria mercadoria.
Femenia disse que, no dia anterior, diversos comércios nem abriram as portas. O motivo foi porque não possuíam mais um valor de referência para as vendas.
Nos últimos meses, a Argentina já enfrentava dificuldades. No entanto, a crise elevou após a renúncia de Martín Guzmán do Ministério da Economia. A decisão aconteceu no dia 2 deste mês.
Ele tinha firmado um acordo para pagamento de dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). No entanto, não houve concordância por parte da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Por mais de 24 horas, o país ficou sem ministro da Economia. Somente na manhã de segunda-feira, Silvina Batakis — próxima de Cristina — passou a assumir o cargo.
Desde o começo deste ano, a Argentina vem enfrentando aumento da incerteza. Isso acontecem em meios aos indícios de que o governo não conseguirá cumprir acordo firmado com o FMI.
A crise econômica na Argentina fica ainda pior porque as reservas internacionais estão em nível bastante abaixo. Mesmo que o governo tenha anunciado que elas chegam a US$ 42,3 bilhões, não dispõe de todo esse volume. Cálculos do mercado indicam que as reservas líquidas são se somente US$ 3,5 bilhões.
No entendimento de Femenia, diante da dificuldade de acesso ao câmbio, há falta de insumos importados. Existe temores de falta de itens como eletrônicos e café.
Lojistas não sabem quanto cobrar pelos produtos em crise na Argentina
Em meio à possibilidade de que as mercadorias sumam das prateleiras — e que o dólar dispare no mercado paralelo —, lojistas atrasaram a abertura dos empreendimentos na terça-feira passada.
Segundo o economista Dante Sica, ex-ministro da Produção no governo Macri, os lojistas não sabem por quanto vender. Isso porque não se sabe quando e por quanto conseguirá repor a mercadoria.