Fundos de investimento têm queda expressiva no primeiro semestre por conta deste motivo

No primeiro semestre, os fundos de investimento encerram com captação líquida positiva (diferença entre aplicações e resgates) de R$ 8 bilhões. Contudo, foi o menor dos últimos cinco anos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Fundos de investimento têm queda expressiva no primeiro semestre por conta deste motivo
Fundos de investimento têm queda expressiva no primeiro semestre por conta deste motivo (Imagem: Montagem/FDR)

Em comparação ao mesmo período do ano passado, o resultado do primeiro semestre deste ano ficou 97,1% abaixo. Há um ano, a captação da indústria de fundos de investimento tinha sido de R$ 272,5 bilhões.

Nos seis primeiros meses de 2022, os fundos de renda fixa se destacaram. Essa classe registrou captação líquida de R$ 88,8 bilhões. Isso representa uma diminuição de 25% em relação ao mesmo período de 2021.

Segundo o vice-presidente da Anbima, Pedro Rudge, houve um movimento de migração dos fundos de renda fixa para outros produtos de mesma categoria — especialmente aqueles que proporcionam isenção de Imposto de Renda, como LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).

Na outra ponta, os fundos multimercados tiveram resgates líquidos de R$ 61,8 bilhões. Esse desempenho ficou abaixo do primeiro semestre de ano passado, quando teve saldo líquido positivo de R$ 89,9 bilhões.

Os fundos de ações registraram saídas líquidas de R$ 49,5 bilhões. No ano anterior, houve retiradas de R$ 3,8 bilhões.

Já os fundos de previdência e FIPs (Fundos de Investimento em Participações), por sua vez, também tiveram resultado negativo. Os saques foram, respectivamente, de R$ 1,1 bilhão e R$ 600 bilhões.

O que vem movimentando os fundos de investimento

a escalada de investimentos nos fundos de renda fixa acontece em meio ao aumento da taxa Selic e queda da bolsa de valores. Atualmente, a taxa de juros está em 13,25% ao ano. Ainda existe a previsão de que o indicador siga aumentando na próxima reunião do Banco Central.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, teve desvalorização de 5,99% no primeiro semestre deste ano. O indicador encerrou o período aos 98 mil pontos.

Na visão de analistas, ainda existem riscos futuros, como a inflação, elevação dos juros no exterior e as eleições no Brasil. Estes pontos podem tornar mais volátil o mercado de ações.
Com a previsão de que os juros sigam altos por mais tempo, parte dos valores das classes multimercado e de ações migrou para os fundos de renda fixa — que tem perfil mais conservador.

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.