- Os brasileiros estão apostando em empresas de tecnologia dos EUA;
- Essas companhias estão enfrentando dificuldade na bolsa de valores;
- O investimento nessas empresas acontece por intermediação de uma corretora.
Junho foi um mês de grande dificuldade nas bolsas de valores pelo mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, os três principais índices acionários registraram fortes perdas no mês. Apesar disso, os investidores brasileiros aproveitaram o momento para investir em ações de ‘techs’ dos EUA.
Em junho, os investidores brasileiros passaram a investir fortemente em ações como Apple, Tesla, Microsoft, Amazon, Alphabet e Nvidia — que apresentaram desvalorização recente. O levantamento foi realizado pela empresa de investimentos no exterior Stake, e divulgado pelo Valor.
Essas ‘techs’ são conhecidas como empresas “de crescimento”. Isso porque, para que seus negócios se mantenham, as empresas tecnológicas precisam reinvestir seu capital.
Por conta dessa característica, quando os juros estão maiores — como atualmente — as empresas de tecnologias são afetadas diretamente. Diante da escalada dos juros, os fluxos de caixa dessas companhias possuem menor valor presente.
Em junho, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) aumentou os juros em 0,75 ponto percentual, para uma faixa de 1,5% a 1,75%. Esta foi a maior elevação de taxa desde 1994.
Apesar da situação atual, os investidores vêm considerando que as ‘techs’ continuam sendo sólidas e boas. Por conta disso, essas pessoas seguem investindo nessas empresas.
Além das empresas “de crescimento”, o levantamento mostra que os brasileiros também passaram a investir em companhias chamadas de “quality”, como a Coca-Cola e Disney. Estas empresas são vistas como mais sólidas e com gestões eficientes.
Ações e ETFs que os brasileiros passaram a investir em junho nos EUA
Estas foram as ações dos Estados Unidos mais compradas pelos brasileiros em junho:
- Apple, Inc. (AAPL)
- Revlon, Inc. (REV)
- Tesla, Inc. (TSLA)
- Microsoft Corporation (MSFT)
- Amazon.com, Inc. (AMZN)
- Alphabet Inc. (GOOGL)
- The Coca-Cola Company (KO)
- NVIDIA Corporation (NVDA)
- Hycroft Mining Holding Corporation (HYMC)
- The Walt Disney Company (DIS)
- STAG Industrial, Inc. (STAG)
Já estes foram os ETFs (fundos de gestão passiva que seguem índices) mais negociados pelos brasileiros no mês:
- Vanguard S&P 500 ETF – VOO)
- ProShares Ultra VIX Short-Term Futures ETF (UVXY)
- Invesco QQQ ETF (QQQ)
- Vanguard Real Estate ETF (VNQ)
- iShares Core S&P 500 ETF (IVV)
- Global X SuperDividend ETF (SDIV)
- WisdomTree China ex-State-Owned Enterprises ETF (CXSE)
- SPDR S&P 500 Trust ETF (SPY)
- Global X Uranium ETF (URA)
Nessa lista, integram fundos que replicam o índice S&P 500 — como VOO, IVV e SPY. Esse índice é composto pelas 500 maiores empresas de mercado de ações dos Estados Unidos.
Uma das surpresas no levantamento de junho foi a aparição do ETF QQQ. Este fundo aposta na queda da Nasdaq, especializada em listar grandes companhias do setor de tecnologia.
Como investir em ‘techs’ dos Estados Unidos
Para investir diretamente em ativos — como ações e ETFs — de empresas listadas em bolsa de valores nos Estados Unidos, o interessado precisa abrir conta em alguma corretora de valores nos EUA.
Neste caso, a pessoa deve encontrar alguma instituição que aceite investidores de países estrangeiros. Além disso, o cidadão precisa verificar quais são as condições determinadas pela operadora. De modo geral, para conseguir abrir a conta, o interessado precisa enviar alguns documentos solicitados.
Depois a abertura, será preciso transferir dinheiro para essa conta internacional. Para isso, o investidor deverá fazer uma remessa — via corretora de câmbio ou banco autorizado pelo Banco Central.
Além do investimento direto em ações listadas no exterior, o interessado também pode investir indiretamente — por meio dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) na bolsa de valores brasileira, a B3.
Os BDRs são certificados que representam ações emitidas por companhias estrangeiras, mas negociadas na B3. Para quem considerar essa opção, será necessário abrir conta em alguma corretora que tem autorização para funcionar no Brasil.
Da mesma forma, para investir na bolsa brasileira, também será preciso transferir dinheiro para essa conta. Para investir em ativos — tanto no exterior quanto no Brasil —, a pessoa deve digitar o respectivo código (ticker) da empresa de interesse no ambiente chamado home broker.