O que é Educação Financeira: 4 regras para ter uma vida financeira saudável mesmo ganhando pouco

Basta uma conversa entre amigos e familiares para saber como é difícil viver no Brasil atualmente, inflação nas alturas, baixos salários, desemprego e endividamento em alta. A Educação Financeira é a saída para estes problemas. Saiba que não está sozinho e que há saída.

O percentual de famílias com mais de 50% da renda comprometida com endividamento é o maior dos últimos 5 anos. Dentre todos os motivos que levam uma pessoa ao endividamento, não podemos deixar de lado a ideia de que, se há 5 anos atrás você tivesse tido apoio e incentivo para aprender sobre finanças, talvez pudesse ter se preparado para este momento de crise e estivesse em melhores condições.

E pensando nisso é que hoje vamos falar sobre Educação Financeira e te dar dicas e orientações importantes para que você possa com pequenas atitudes, buscar uma vida financeira mais saudável, afinal Educação financeira é para todas as classes, não importando seu momento financeiro atual, valendo para endividados a investidores.

O que os governantes estão fazendo para mudar esse cenário?

Atualmente o Governo e os Estados vêm tomando medidas de curto prazo, tentando mudar esse cenário através do aumento de valores de auxílios, autorizando saques do FGTS, segurando aumentos do transporte público e etc. 

Já o Banco Central, vem aumentando a Taxa Selic para tentar frear a inflação, mas algo que ainda não refletiu positivamente.

Já as ações de longo prazo, no ano de 2021 o MEC (Ministério da Educação e Cultura) junto a CVM (Conselho de Valores Mobiliários) lançaram um projeto de incentivo a Educação financeira nas escolas, o objetivo é educar nossos adolescentes do 9° ano do ensino fundamental até o 1° série do ensino médio, mas o projeto vem encontrando barreiras.

No dia 07 de junho deste ano, a Deputada Estadual do Rio Grande do Sul Luciana Genro do PSOL, se posicionou contra o projeto, causando grande repercussão nas redes.

Em sua página do Instagram é possível ver o vídeo onde, a Deputada argumenta:

“Seria realmente constrangedor e embaraçoso, para um professor, para uma professora, tentar ensinar uma criança que vive em uma família pobre a administrar as suas finanças a ponto de não se endividar. Então, eu sinto muito, mas não posso dar meu voto favorável a esse absurdo”.

A fala dividiu opiniões, mas é certo afirmar que posicionamentos como esse, onde negar o acesso à educação à população pobre, somente alimenta o atraso na vida dos brasileiros, algo totalmente injustificável.

Sendo assim, precisamos buscar por nossa própria conta o desenvolvimento dessas habilidades que são tão importantes.

O que é Educação financeira?

O significado pode ser resumido em: O processo que permite melhorar a compreensão em relação aos produtos e serviços financeiros, fazendo com que as pessoas possam fazer escolhas de forma bem informada”.

Na prática:

E com todos esses benefícios, vou te dizer os principais pilares da Educação Financeira, para que você tenha como manual, quando pensar em cuidar do seu dinheiro.

4 Regras para ter uma vida financeira saudável, mesmo ganhando pouco

1) Não gaste mais do que ganha

Eu sei que os preços estão nas alturas o que dificulta agir assim, mas tente buscar alternativas. Viver um degrau abaixo é o mantra das finanças e sabemos que a dificuldade é colocar em prática, então trouxe aqui algumas ferramentas:

2) Faça seu controle financeiro

Nada mais é do que anotar as entradas e saídas de dinheiro em uma planilha, aplicativo ou até mesmo no papel e caneta.

A frequência dessas anotações também é importante, o ideal é que pelo menos 1 vez por semana você separe um dia e alguns minutos para isso.Anote o que entrou e o que saiu de dinheiro sempre descrevendo o que foi, por exemplo:

30/06/2022 – Entrada – R$2.500,00 – Salário

01/07/2022 – Saída – R$350,00 – Mercado 

02/07/2022 – Saída – R$10,00 – Uber

O importante aqui é identificar possíveis “sugadores de dinheiro”, vou dar um exemplo:

Vejo muitas pessoas usando o cartão de crédito e quando chega a fatura não se lembram com o que gastaram, quem nunca passou por isso? 

Então tenha frequência nas anotações.

Outro ponto importante aqui é entender que os números falam, eles contam uma história.

Esses dias atendi uma cliente com o seguinte extrato de cartão de crédito:

01/05/2022 á 20/05/2022 – Sem compras

21/05/2022 – Saída – R$250,00 – Loja de Roupa

21/05/2022 – Saída – R$50,00 – Mercado

21/05/2022 – Saída – R$35,00 – Loja de Roupa

21/05/2022 – Saída – R$55,00 – Pizzaria

23/05/2022 – Saída – R$100,00 – Mercado

E assim foi até o final do mês, ela gastou mais de R$1.000,00 em apenas 11 dias e nenhuma das compras eram realmente necessárias. Ela me disse que no trabalho, no final de mês é sempre muito estressante e ela acaba descontando nas compras suas frustrações, ela sente um certo alívio ao comprar quando está estressada.

Por este motivo é importante olhar para suas compras com atenção, pode ser que o seu alto consumo esteja atrelado a raíz de outro problema, como tristeza, estresse, ansiedade e por mais que o ato de comprar gera um alívio no momento, acaba sendo algo imediato não resolvendo o problema pela raiz.

E somente o controle financeiro trará essa visão e assim você terá como buscar soluções mais eficientes.

3) Orçamento financeiro pessoal

Orçamento nada mais é que destinar para cada área da sua vida um percentual, um valor da sua renda mensal.

Nas boas práticas da Educação financeira, temos diversos métodos para fazer um bom orçamento, o mais popular é o 70/30.

Onde 70% da renda é destinada para você viver o presente, ou seja pagar as despesas de moradia, aluguel, diversão, estudos, vestimenta e dívidas.

E 30% da renda é destinada para você investir.

Então uma pessoa com renda de R$2.500,00, fica da seguinte forma:

70% representa R$1.750,00 e 30% representa R$750,00.

Mas, esse é só um dos métodos, pode ser que somente 70% da sua renda não seja o suficiente para o pagamento das suas despesas. Neste caso é preciso fazer ajustes, da forma como for mais confortável para você.

A questão aqui é criar um limitador que irá te ajudar a andar dentro da linha tanto nos gastos quanto para investir, afinal hoje em dia já existem investimentos a partir de R$35,00.

4) Mentalidade rica

Lendo esses pontos pode ser que você pense: “com a renda que tenho hoje é impossível separar dinheiro para investir”, pois bem, é aqui que precisamos mudar a mentalidade.

Gosto de dizer que a mentalidade rica, é aquela que consegue, ao enxergar uma dificuldade ou problema, pensar em soluções e colocá-las em prática.

Não há pensamento negativo que não possa ser substituído por um positivo, se o pensamento:

 “com a renda que tenho hoje é impossível separar dinheiro para investir”

Mudar para:

“O que posso fazer hoje para transformar este cenário e começar a investir?”

Você verá que muitas possibilidades podem se abrir e neste caso uma segunda renda é uma das opção, assim como uma mudança de carreira, ou promoção no trabalho. Foque nas soluções e não no problema.

Outro pensamento muito importante da mentalidade rica é:

 “Consumir e viver o presente é importante, mas o amanhã ainda existe, é preciso cuidar para que ele seja especial”. Esse pensamento está muito ligado ao processo de economizar e investir.

Economizando você deixa dinheiro mais livre, e com dinheiro disponível você poderá investir.

Esses são passos iniciais e primordiais a serem seguidos, que se praticados irão gerar uma mudança na sua vida. 

É isso que você deseja? Então bora colocá-los em praticar!

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Bruna CordeiroBruna Cordeiro
Bruna Cordeiro é Palestrante e Consultora de Finanças, possui a Certificação Profissional ANBIMA Série 20, destinada a distribuição de Investimentos, Produtos e Serviços Financeiros. Tem como propósito mudar a vida das pessoas através da Educação Financeira.
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