Caminhoneiros alegam estar cansados das falsas promessas de Bolsonaro

Conhecidos pelo apoio ao governo Bolsonaro, os caminhoneiros parecem estar rompidos com o atual presidente. As frequentes altas no valor do diesel, e falta de fiscalização da tabela de fretes, são motivos que levaram esta classe trabalhadora a se posicionar de maneira contrária a Jair Bolsonaro (PL).

Caminhoneiros alegam estar cansados das falsas promessas de Bolsonaro
Caminhoneiros alegam estar cansados das falsas promessas de Bolsonaro (Imagem: FDR)

Em 2018, os caminhoneiros fizeram uma paralisação de 10 dias. Na ocasião, todo o funcionamento no país foi atingido devido a falta de transporte de mercadorias. Naquele mesmo ano, a classe apoiou a candidatura de Bolsonaro para presidência contra Fernando Haddad (PT).

Para por fim a greve, Michel Temer que era o presidente da época sancionou uma tabela de fretes para definir os valores a serem cobrados entre caminhoneiros e empresas. Mas, atualmente, existem diversas denuncias da falta de fiscalização desta lei.

“Infelizmente, o governo Bolsonaro, através do ex-ministro (da Infraestrutura) Tarcísio (de Freitas), fizeram promessas vazias e agora o prejuízo ficou conosco. O piso mínimo do frete está vigente, mas até hoje não saiu do papel a fiscalização eletrônica, não saiu do papel o DTE (Documento de Transporte Eletrônico), é tudo conversa fiada“, critica Wallace Landim, conhecido como Chorão, líder das paralisações de 2018 e presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA).

Além disso, no atual governo o valor do diesel tem subido constantemente. O preço por litro chega a R$ 7,67, e ultrapassa pela primeira vez o valor cobrado na gasolina que é de R$ 7,59. As informações são da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Na época da paralisação, em 2018, o diesel era vendido a R$ 3,768 por litro. De acordo com Chorão, o governo Bolsonaro demonstra descaso com a classe que depende do combustível para trabalhar.

“Calados, não ficaremos. Temos mais um aumento agora e não tem jeito, vamos ter que parar para pressionar o governo federal e a diretoria da Petrobras.”, ameaça Chorão.

Voucher aos caminhoneiros

Inicialmente, o governo federal anunciou a criação de um voucher aos caminhoneiros no valor de R$ 400. O anunciou não caiu bem entre a classe, e representantes chegaram a chamar o benefício de “esmola”.

Mais tarde, foi anunciado o pagamento de R$ 1.000. Este, no entanto, depende da aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que vai decretar estado de emergência no país, e então permitir que o benefício seja criado.

Apenas na criação deste benefício devem ser investidos R$ 5,4 bilhões para beneficiar 900 mil caminhoneiros.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com